Em uma eleição curta e sem a influência do financiamento privado (espera-se) não vai ser possível fazer campanhas milionárias. Evidentemente que quem tem a máquina sai na frente e, quem atender o interesse das nacionais de seus partidos podem receber um apoio financeiro mais generoso. Mas, no geral, a eleição deve ser mais pé no chão.
Isso significa que os candidatos vão ter que buscar mais contato com o eleitor, sobretudo, aqueles que vão disputar a eleição em municípios que não têm retransmissora de TV ou emissoras de rádio. Aí vão valer mais as caminhadas, carreatas e comícios. O corpo a corpo deve ser a estratégia adotada, principalmente, por quem estiver sem dinheiro.
O problema será enfrentar o eleitor em um momento político muito desfavorável à classe política. Os reflexos da crise política instalada em nível nacional serão fatalmente sentidos pelos candidatos a prefeito e a vereador este ano.
A descrença na classe política que sempre permeou a relação com o eleitor, este ano deve atingir seu ponto máximo. Basta ver a reação dos manifestantes à presença de lideranças políticas nos protestos que tomaram conta do País em 2015 e agora, em 2016.
Os vereadores, que são os agentes políticos mais próximos do eleitorado, tem que enfrentar esse debate, mostrar serviços prestados durante o mandato, no caso dos candidatos à reeleição; ou as propostas claras, no caso dos que estão fora do legislativo.
No caso dos prefeitos, a situação é ainda mais complicada. Além da rejeição natural, os que estão à frente das prefeituras hoje devem superar a imagem de decepção dos eleitores que apostaram na mudança e não viram na prática tudo o que esperavam. Já os adversários vão ter de convencer os eleitores de que podem fazer a diferença. Problema maior para os antecessores dos atuais gestores.
A palavra de ordem na campanha deve ser convencimento. Como o eleitor vai separar o joio do trigo é que são elas.
Fragmentos:
1 – O ex-governador Renato Casagrande (PSB) tem feito muitas visitas aos municípios do Estado. O socialista, que perdeu a eleição no interior, parece estar disposto a reconquistar esses votos.
2 – Já o governador Paulo Hartung (PMDB) parece estar disposto a lustrar sua vitrine política, visitando as unidades do programa Escola Viva, alheio às insatisfações da comunidade escolar como um todo.
3 – O líder do governo, Gildevan Fernandes (PMDB), está conseguido desagradar à classe política e parte do eleitorado no norte do Estado. Com influência em vários municípios, não tem agradado.

