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Sem atropelos

Ao dizer que não haverá antecipação da eleição da Mesa Diretora da Assembleia, prevista para fevereiro, como queria seu segundo secretário, Cacau Lorenzoni (PP), o presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), consolida sua quarta recondução ao comando do Legislativo estadual. Sabedor que o voo do secretário de Assistência Social do Estado, o deputado licenciado Rodrigo Coelho (PDT), é solo, ele não tem mais o que temer em relação à manobra palaciana para evitá-lo.

Na Casa, havia quem acreditasse que Ferraço só seria reeleito se o governador Paulo Hartung (PMDB) quisesse, dada a submissão do plenário ao Executivo. E pelo jeito, Hartung não se opõe. Até porque ele já aprendeu, e não é de hoje, que é melhor ter Theodorico satisfeito na Mesa, do que tê-lo contrariado no plenário, com acesso livre ao microfone de aparte e à tribuna da Casa.

Terminado o processo eleitoral deste ano, acreditou-se que Ferraço estaria em desgaste político. Mas sua capacidade de se reinventar parece inesgotável. O demista mostrou que tem capital político suficiente para se manter à frente da Assembleia e não precisa de qualquer manobra para garantir esse espaço.

Diante da atropelada movimentação de Cacau Lorenzoni (PP), Ferraço já notou a possibilidade forte de o desgaste respingar nele. Afinal, a manobra de antecipação da eleição teria o objetivo de garantir os cargos da Mesa, um tema que sempre causou muita discórdia no plenário. A fala de Ferraço apaga esse princípio de incêndio com maestria.

Ao dizer que isso desrespeita os suplentes, que vão chegar à Casa em fevereiro – José Esmeraldo e Esmael Ameida, ambos do PMDB, mais o substituto do próprio Cacau Lorenzoni, Jamir Malini (PMN) –, Ferraço já conquista a simpatia dos três. Isso sem falar em Luiz Durão, que propôs a PEC que permite a reeleição de Ferraço e que é o principal prejudicado com as pretensões de Rodrigo Coelho, de quem é suplente, retornar à Assembleia. 

Hoje é difícil enxergar na Assembleia um nome que consiga ameaçar a recondução de Ferraço ao cargo. Também o Palácio Anchieta não encontra um outro nome que ofereça segurança aos deputados e lealdade ao governo no que precisa aprovar ou manobrar na Casa. Por essas e outras, será muito difícil tirar essa cadeira de Ferraço até que ele decida que não quer mais a presidência da Assembleia.

Fragmentos:

1 – A situação caótica do Rio de Janeiro em relação à sua gestão facilita a assimilação do discurso do governador Paulo Hartung (PMDB) que vem carregando desde a campanha eleitoral. Para os meios políticos, enquanto Hartung não atrasar os salários dos servidores por aqui, estará à salvo das críticas.

2 – Se a Justiça Eleitoral for tão rigorosa como parece estar disposta a ser em relação às contas de campanha, a probabilidade de haver muitas eleições extemporâneas Estado afora é muito grande. A minirreforma acabou com essa história de posse para o segundo colocado, mas o Solidariedade tenta reverter a situação no TSE para cidade com mais de 200 mil eleitores. Por enquanto, vale a regra da nova eleição.

3 – A maioria dos municípios têm dificuldades técnicas para elaborar projetos e conseguir recursos públicos junto aos governos estaduais e federal. O CREA-ES e a Amunes vão oferecer ajuda neste sentido para a elaboração dos projetos e viabilizar a captação dos recursos para execução de ações, programas e obras.

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