Tomou a bola
Que o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) trabalha seus processos políticos como estrategista de guerra já é sabido nos meios políticos. Mas a movimentação dessa quinta-feira (13) foi de se tirar o chapéu. Seria muita ousadia chegar na cidade natal do governador que tenta construir um palanque de unanimidade e fazer um monte de críticas veladas ao governo dele na rádio local.
Seria para qualquer político, mas Hartung fez. E fez mais, disparou contra seu sucessor dentro da casa dele e com ele dentro, a poucos quilômetros dali.
Passou o recado que queria para a classe política, de que a vez agora é de Ricardo Ferraço ou dele próprio – embora a coluna ainda duvide que Hartung vá mesmo para o páreo –, mas não será de Casagrande outra vez. Se em 2010, Casagrande, graças à movimentação do PSB nacional, conseguiu o apoio do PMDB e PT, tirando Ricardo do palanque e virando candidato palaciano por cima. Desta vez, a coisa não será assim.
Até porque, enquanto o socialista tenta cozinhar o galo na questão nacional, Hartung já deixa transparecer que está com Aécio Neves (PSDB) e ponto. Casagrande quer ser neutro para colocar Aécio, Dilma e Eduardo Campos na campanha, mas enquanto seduz os tucanos locais, Hartung, mais uma vez, demonstra sua esperteza política, quando o próprio Aécio, que além de presidenciável é o presidente do PSDB, diz que descarta aliança com o PSB.
Hartung procurou o lugar certo para fazer seus comentários sobre o governador, pois sabia da repercussão de suas palavras na rádio. O discurso de Castelo, sabia ele, se espalharia pelo Estado em poucas horas. E foi o que aconteceu. Agora Casagrande fica encurralado e enfraquecido, dificultando ainda mais a costura com os aliados para garantir sua reeleição.
Fragmentos:
1 – Uma característica recorrente dos quadros com capital político forte, que são apostas para 2014 é que eles querem mudar de partido não só para se abrigarem em uma sigla, mas querem logo o comando. Assim, podem conduzir os partidos para o caminho que acharem mais conveniente para as eleições.
2 – Isso cria muito problema para os partidos, que já iniciaram um processo de preparação para a disputa do próximo ano. Faltando quatro meses para o fim do prazo das filiações, vai ser difícil encontrar um partido para “chamar de seu”.
3 – E por falar nisso, o pessoal que estava debandando do PR, resolveu mergulhar. Não adianta sair do partido, tem de saber onde se acomodar e neste momento de incertezas, o melhor parece ser esperar.
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