O cenário da eleição para a prefeitura de Vila Velha, que estava encaminhada para ter Hércules Silveira como candidato apoiado pelo ex-prefeito e atual deputado federal Max Filho (PSDB), se desfez após o deputado estadual decidir permanecer no PMDB em vez de ingressar, como estava sendo combinado, no partido de Max. Desarrumou tudo.
De imediato, obriga Max Filho a retomar sua candidatura à prefeitura, atendendo a estratégia da candidatura presidencial do tucano Aécio Neves de alcançar boa votação em cidades com mais de 100 mil habitantes, como é o caso de Vila Velha.
O que seria atendido com a entrada do Hércules no PSDB, liberando Max para voos mais altos, como ele anda construindo com as movimentações que faz dentro do seu partido (é o que mais faz diretórios municipais no PSDB). A ponto, como estava nos entendimentos com Hércules, de jogar todo o seu capital eleitoral em Vila Velha para elegê-lo. Mas, em cima da hora, Hércules surpreendeu e permaneceu no PMDB.
Na leitura do “fico” do deputado estadual, sinais claros de que contou para ele a possibilidade de vir a ser um plano B do governador Paulo Hartung (PMDB) para cobrir a derrota, considerada mais do que certa, do atual prefeito Rodney Miranda (DEM).
Só que não estará em seu palanque o Max Filho, com acalenta o próprio Hércules. Não dá liga PH com Max Filho. Diante dessa impossibilidade, é possível prever que o Hércules será mesmo candidato por conta própria. E ele não tem cacife para tanto, o seu limite sempre foi de um deputado estadual assistencialista.
Ainda com relação a poder contar com PH impulsionando sua candidatura à prefeitura, tem na linha preferencial, para tanto, o ex-prefeito Neucimar Fraga (PSD) que, diferente do Hércules, tem enorme potencial para disputar a prefeitura com possibilidade de êxito, tendo ainda a seu favor na chance de contar com PH ser tradicional adversário dos Max (pai e filho). O que não é o caso do Hércules.
Além do mais, o Neucimar, para chegar no governador, tem na sua retaguarda um formulador de peso, que é o presidente do seu partido, Zé Carlinhos da Fonseca, de volta à cena política do Estado pelas mãos do próprio governador. Ele teve uma passagem meteórica pelo Estado, quando conquistou um mandato de deputado federal e só não foi reeleito por falta de legenda na sua coligação.
É do ramo e não está de volta para fazer proselitismo político. Pilotando Neucimar e o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD), ele, com certeza, volta à Câmara dos Deputados, além de representar, na corte do PH, sangue novo de boa qualidade.
Política é feito de novidade, e neste cenário tão estático, que dizer, sem novidade, Zé Carlinhos vem preencher uma boa lacuna, com o seu espírito de diplomata, prevalecendo na condução do partido, como atuou na troca no diretório de Vitória, de Max da Mata para Enivaldo dos Anjos, sem alarde, e como faz, no momento, para consolidar Neucimar uma sólida alternativa à disputa em Vila Velha.
Pelo visto, o deputado Hércules Silveira comeu gambá errado.

