Se o novo presidente da Câmara de Vitória Vinicius Simões (PPS) não abrir o olho, Fabrício Gandini (PPS) vai fazer dele o mesmo que fez com Namy Chequer (PCdoB): um belo de um títere. Alçado à presidência com a articulação de Gandini, o comunista aderiu incondicionalmente à gestão Luciano Rezende (PPS) e, portanto, aos desígnios de Gandini, que manteve controle sobre a Câmara mesmo após já tê-la presidido no biênio anterior. De que adiantou tanta obediência? Nada. Namy ficou pelo caminho nas eleições e, sozinho, viu Gandini crescer ainda mais, alçado à condição de supersecretário do prefeito, projetando vôos ainda mais altos. Agora, com um aliadíssimo na presidência de uma Câmara de forte perfil governista, a tendência é que o controle de Gandini sobre o plenário seja algo como que absoluto – basta lembrar que as demandas dos vereadores passarão necessariamente pela supersecretaria. Outro ponto: Vinicius tem um eleitorado de perfil semelhante ao de Namy, o clássico formador de opinião, que sabe diferenciar uma Câmara fiscalizadora de um cartório da prefeitura; que festeja a independência e repudia a subserviência. E subserviência por subserviência, a que vitimou Namy pode muito bem vitimar Vinicius.
Saidinha
A eleição de Vinicius para a presidência da Câmara reforça a tese de que o “projeto da saidinha” foi feito na medida exata para Luciano ter vida fácil na Câmara. O projeto pune com falta os vereadores que baterem o ponto e saírem depois e, até mesmo, que deixarem o plenário em votações para obstruí-las, expediente comuns em qualquer Legislativo.
Saidinha II
Ou seja: Luciano, com um aliado na presidência e a maioria dos vereadores nas mãos, garante com mais essa o trâmite tranquilo de seus projetos. Além disso, há quem avalie que o projeto seja de grande préstimo para o próprio Vinicius, a quem faltaria pulso firme para comandar a Casa – será?
Bola nas costas
Em Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) levou um drible com a fusão das secretarias de Serviços e Meio Ambiente. É que a pasta de Serviços era comandada por Sebastião Pinel, aliado de primeira hora do fiador da reeleição de Luciano Rezende. A nova secretaria será, como já anunciado, chefiada por um aliado de Luciano, o ex-vereador Luiz Emanuel Zouain. Será que vão acomodar Pinel em outro cargo?
Transparência
O Banestes publicou no Diário Oficial desta terça-feira (3) o resultado de um pregão eletrônico de contratação de prestadoras de serviço de acesso à internet. As empresas vencedoras foram Claro, Dinâmica Telecomunicações e Eirelli. Mas os valores foram escondidos. “Conforme contratos”, diz a publicação. Aí fica difícil.
Aliás…
Só uma dúvida: com Michel Sarkis na presidência, Hartung vai privatizar o Banestes sim ou com certeza? Iniciados garantem que a missão de Sarkis é exatamente essa.
Realeza
Em Fundão, o vereador Eleazar Lopes (PCdoB) está sendo chamado de “Rainha da Inglaterra”. É que ele vai assumir interinamente a prefeitura no lugar do eleito Anderson Pedroni (PSD), cuja candidatura foi impugnada pela Justiça Eleitoral. Maldade.
Para refletir
Ao ignorar a transição em Vila Velha, o maior colégio eleitoral do estado, o ex-prefeito Rodney Miranda (DEM) não se revelou apenas um mau perdedor. Há ali também um homem inteiramente despreparado para a vida pública.
Discípulos de Rodney
A deselegância também aconteceu em Barra de São Francisco, Águia Branca e Ecoporanga. Luciano Pereira (DEM), Tia Ana (PMDB) e Pedro Costa (PT), respectivamente, também não transmitiram o cargo aos sucessores.
140 toques
“Audifax, há um ano: ‘As coisas estão arrumadas. Não farei bobagem em ano eleitoral. O caminho está bem definido’. Como de hábito, mentiu…”. O promotor de Justiça, Saint Clair Luiz do Nascimento Júnior, no twitter.
Pensamento
“Um erro de julgamento não é fatal, mas uma grande ansiedade a respeito de um julgamento é”. Pauline Kael