Sexta, 03 Mai 2024

Campanha quer mudar nomes de escolas que homenageiam presidentes da ditadura

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lançou uma campanha que visa mudar os nomes de escolas públicas que têm nomes de presidentes do período da ditadura militar. No País, 976 escolas têm nomes de presidentes deste período.
 
Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado (Sindiupes), Christovam Mendonça, a realidade no Estado não é diferente. Existem, pelo menos, sete escolas com os nomes dos presidentes Arthur da Costa e Silva, Humberto de Alencar Castelo Branco e Emílio Garrastazu Médici. 
 
De acordo com ele, o movimento para a mudança nos nomes das escolas no Estado já está consolidado. Christovam salienta que o Fórum Estadual da Memória e Verdade e diversas lideranças já começaram a campanha para as mudanças. 
 
O objetivo da confederação é celebrar a resistência da sociedade brasileira contra o estado de exceção determinado pelos militares, que ficaram no poder entre 1964 e 1985, apoiados pela elite nacional. A CNTE criou um site para o movimento “Ditadura Nunca Mais” , que tem instruções sobre como proceder para dar início aos trâmites para a mudança do nome de uma escola pública.
 
Christovam ressalta que, durante o período da ditadura militar – entre os anos de 1964 e 1985 –, a educação sofreu com o desaparecimento de professores e estudantes, com perseguição e tortura no ambiente escolar e nas universidades. 
 
No entanto, em termos de educação, a escola que formatou a educação como inclusiva e abrangente, era controlada e engessada pelo regime militar. Um exemplo eram as aulas de Moral e Cívica, que tinham currículo amarrado com os interesses dos militares e com o pensamento do regime. “Além de nomes barbaramente retirados do contexto social, saiu do currículo a extensão do conhecimento”, conta Christovam. 
 
Em Vitória, o vereador Marcelão de Freitas (PT) protocolou seis projetos de lei que pleiteiam a mudança do nome de ruas e escolas para o nome de seis militantes capixabas que desapareceram durante o regime militar.
 
Os logradouros contemplados com mudanças nos projetos de lei são as ruas Presidente Castelo Branco e Costa e Silva, localizadas em Bairro República, para Ruas José Maurílio Patrício e Marcos José de Lima, respectivamente. Já a Rua Castelo Branco, em Jardim Camburi, será chamada de Lincoln Bicalho Roque.
 
A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Arthur da Costa e Silva, localizada também no Bairro República, receberá o nome de Arildo Valadão. No bairro Ilha do Príncipe a escola Castelo Branco se chamará João Gualberto Calatrone. Já a EMEF situada nas dependências da Universidade Federal do Estado (Ufes) será denominada Orlando Bonfim Júnior.  
 
  

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