Segunda, 29 Abril 2024

Marcha Contra o Extermínio da Juventude Negra será em 19 de novembro

movimento_negro_leonardo_sa-3372 Leonardo Sá

Já começaram as articulações para a 15ª Marcha Contra o Extermínio da Juventude Negra que, neste ano, será realizada no sábado, 19 de novembro, e não no Dia da Consciência Negra, como tradicionalmente acontece. A mudança se fez necessária pelo fato de que o segundo dia de aplicação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será justamente no dia 20, informa Ramon Matheus, integrante do Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes), entidade que organiza a marcha.

Ramon acredita que marcar a realização do Enem para o Dia da Consciência Negra é uma estratégia do governo federal para desmobilizar a juventude negra, uma vez que a data é "um dia atípico", no qual acontecem manifestações em todo o Brasil.

A Marcha foi realizada pela primeira vez em 2007, a partir da criação de Fejunes após participação de uma delegação capixaba no I Encontro Nacional da Juventude Negra (Enjune), na Bahia. O principal objetivo é denunciar o extermínio da juventude negra e cobrar do poder público medidas para combater este genocídio que ocorre no Brasil. A manifestação é uma das principais atividades anuais do Fejunes. 

O trajeto deste ano ainda não está plenamente definido. Segundo Ramon, o ponto de chegada será o Museu Capixaba do Negro (Mucane), no Centro de Vitória. Já o de saída será em alguma comunidade periférica, ainda não definida, mas, provavelmente, a de Santo Antônio. A Piedade também foi cogitada, mas, conforme explica, trata-se de um local em que já ocorreram algumas manifestações, como as contrárias à violência policial.

Ramon afirma que Santo Antônio e região também tem sofrido com a ação das forças de segurança pública. Ele cita como exemplo o assassinato do jovem Welinton Dias Silva, de 24 anos, morto a tiros pela Polícia Militar (PM) em abril deste ano, na região da Grande São Pedro, em Vitória. O inquérito apontou indícios de crime de natureza militar e transgressão da disciplina.

A escolha de uma comunidade periférica como ponto de partida se deu também pela necessidade de dialogar com moradores dessas localidades, o que não seria possível se a Marcha saísse da praça Costa Pereira rumo ao Mucane, como normalmente acontece. O Mucane foi escolhido como ponto de chegada, de acordo com Ramon, por ser "um espaço de luta do Movimento Negro".

A ideia de não fazer uma Marcha completamente concentrada no Centro começou a ser colocada em prática em 2021, na 14ª edição, quando a manifestação aconteceu no Território do Bem, em Vitória, passando pelas comunidades de Gurigica, Jaburu, Consolação, Floresta, Bonfim, Bairro da Penha e Itararé.

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