Cruzes fincadas próximo à Segunda Ponte denunciam violência contra a mulher
Cerca de 40 cruzes foram fincadas nos arredores da Segunda Ponte, próximo à Estação Pedro Nolasco, em Jardim América, Cariacica. A ação abre a programação desta segunda-feira, oito de março, referente ao Dia Internacional da Mulher, e busca fazer memória às mulheres assassinadas no Espírito Santo e as que morreram de Covid-19, além de denunciar as "cruzes que carregam em seu cotidiano". Também são reivindicadas a vacinação imediata para todos, o "Fora, Bolsonaro! Fora, Mourão!", e manutenção do Auxílio Emergencial.
As mulheres estão entre o público mais afetado pela pandemia, afirma a integrante do recém- criado Fórum de Mulheres de Cariacica, Penha Lopes. Ela destaca que, em uma sociedade na qual a divisão sexual do trabalho impõe às mulheres a tarefa de cuidar da família, o zelo que precisam ter com os doentes em meio à crise sanitária as sobrecarrega ainda mais, assim como o trabalho home office. Para aquelas que não têm a possibilidade do trabalho remoto, Penha salienta que resta o risco de ter que se submeter a aglomerações nos terminais de ônibus.
A integrante do Fórum recorda, ainda, que muitas mulheres são provedoras de suas famílias, sendo assim, a pandemia as precariza e aumenta suas condições de pobreza, ao impor a elas o desemprego, e, consequentemente, o trabalho informal como alternativa para subsistência. Essa realidade motiva também a defesa da manutenção do Auxílio Emergencial, também reivindicado na ação desta segunda.Penha salienta a necessidade de os homens se comprometerem na luta contra o machismo. "Gostamos de receber flores, gostamos de receber parabéns, mas queremos o compromisso dos homens com a luta das mulheres pelo fim da violência e todas as formas de opressão", defende.
Dessas 102 mulheres mortas violentamente, 34,31% eram pardas, 9,8% brancas, 6,96% pretas e 49% não informaram. Dentre os meios utilizados para assassiná-las, verificaram-se 56 crimes por arma de fogo, 31 por arma branca, oito não informados e sete por outros meios. "O governo do Espírito Santo não efetivou nenhuma política real de enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres nesses tempos, o que tem causado um impacto maior na situação de vulnerabilidade e no aumento dos índices de violências dessa população no Estado, diz o manifesto divulgado para as ações do Dia Internacional da Mulher.
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