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Comunidade em Ecoporanga está otimista quanto a não fechamento de escola

Após visita do Ministério Público, Promotoria vai avaliar relatoria e dar parecer sobre fechamento

A comunidade de Córrego do Paraíso, em Ecoporanga, noroeste do Estado,  está otimista quanto ao não fechamento da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Família Rural de Ecoporanga após o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) visitar a região. A Promotoria de Justiça do município irá analisar a relatoria que o MPES fará, com base na reunião realizada com a comunidade em dezembro

A integrante do Comitê Estadual de Educação, Luciene da Silva Rodrigues Herculano, participou da reunião e informa que a representante do MPES que fez a escuta da comunidade irá fazer a relatoria para parecer da Promotoria, que irá avaliar se o pleito da comunidade deve ou não ser atendido. As expectativas quanto a um parecer favorável, afirma Luciene, são boas. “A gente está com a verdade, com o que é certo para a escola. O melhor para a agricultura familiar de Ecoporanga é manter a escola aberta”, diz.

Luciene afirma que a representante do MPES visitou várias escolas do município e também a Secretaria Municipal de Educação, mostrando-se assustada com os relatos da comunidade na reunião dessa terça-feira. De acordo com a integrante do Comitê, foram destacados, por exemplo, a falta de diálogo da gestão do prefeito Elias Dal´Col com as famílias do Córrego do Paraíso sobre o processo e a realidade de falta de vagas nas escolas.
A EMEF oferece turmas do 6º ao 9º ano. Em dezembro foi anunciado que em seu prédio funcionará a EMEF Benedita Monteiro, que oferece turmas do 1º ao 5º ano e hoje está localizada em um bairro de mesmo nome. Com a mudança, os estudantes de Córrego do Paraíso, ao ingressar no 6º ano, teriam que procurar outras escolas para poder estudar. As opções de escola mais próximas são o Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral (CEEFMTI) Daniel Comboni, que se trata da Escola Viva, e a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ecoporanga, ambas no Centro.
Uma das queixas da comunidade é que a mudança de escola “muda a rotina do povo da roça”, uma vez que, na adolescência, os filhos dos trabalhadores rurais normalmente passam a lidar com tarefas do campo, o que ajuda a família economicamente. Portanto, mudar para escolas urbanas fará com que esses estudantes passem a viver fora da realidade do campo, o que pode prejudicar a sucessão rural, ou seja, que no futuro eles assumam os trabalhos das propriedades rurais de seus pais.
Além disso, a unidade de ensino trabalha com a Pedagogia da Alternância, modelo de ensino no qual os estudantes alternam uma semana na escola, em tempo integral e sistema de internato, chamado de Tempo Escola, com uma semana em casa, denominada Tempo Comunidade. Oferece disciplinas que escolas não rurais não oferecem, como Zootecnia e Agricultura.

A comunidade também reclama que as escolas do Centro não são atentas à realidade dos estudantes da zona rural que lá estudam. Um exemplo dado é em relação à merenda escolar. Moradores relatam que, devido à distância, estudantes de Córrego do Paraíso têm que acordar 5h para chegar à escola. Essa realidade, somada ao fato de trabalharem na roça, aponta a comunidade, faz com que gastem mais energia do que os estudantes da zona urbana. Contudo, a merenda escolar é a mesma para todos, embora os alunos da zona rural reclamem que não traz tanta saciedade. 

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