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Conselho questiona ausência da comunidade em apuração de consulta pública

Responsáveis por alunos apontam falta de diálogo de Juliana Roshner sobre o integral

Redes Sociais

O resultado da consulta pública à comunidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Amilton Monteiro da Silva, em Mário Cypreste, Vitória, finalmente foi divulgado. Nessa segunda-feira (25), a direção da unidade informou, durante reunião do conselho de escola, que foram 95 votos favoráveis à implantação do modelo integral e 85 pela manutenção do parcial. Contudo, a comunidade questiona a lisura do processo, uma vez que a apuração foi feita sem sua presença.

A consulta foi realizada de 12 a 14 de novembro, mas depois foi estendida até o dia 18. Mesmo findado esse prazo, a votação prosseguiu. A apuração, que estava marcada para o dia 19, também não ocorreu.

Integrante do conselho de escola, Leandro Menezes relata que ao questionar a ausência da comunidade escolar na apuração, foi informado de que não foi aberta ao público “para evitar retaliações”. Diz, ainda, que uma pessoa, que ninguém sabia quem era, mas mesmo assim estava na reunião, afirmou que ela era uma das que temiam retaliação. “Eu perguntei para ela ‘quem é você? De onde você veio?’. Aí ela se apresentou como uma pessoa da comunidade que quer matricular o filho no ano que vem”, afirma.

Ele informa que havia na reunião outra pessoa que não fazia parte do conselho, e que ambas assinaram a ata mesmo assim. Diante dessa situação, Leandro, indignado, se retirou. “Deixei claro que estava saindo porque havia pessoas ali que não faziam parte do conselho”. Leandro relata que, além da consulta pública, outro assunto tratado foi a reforma da escola, sendo informado que começariam nas férias, para causar menos impacto no início do ano letivo, pois são demoradas.

“Se as obras vão demorar, não vai dar tempo de começar as aulas com uma infraestrutura pronta a ponto de implementar o modelo integral”, avalia, destacando que a comunidade escolar chegou a questionar a falta de diálogo na implementação do modelo nas redes sociais da secretária municipal de Educação, Juliana Roshner, mas os comentários foram bloqueados. Leandro considera que o integral não é a melhor opção para sua filha no momento, uma vez que ela, no contraturno, faz ginástica, terapia e kumon, portanto, teria que sair dessas atividades ou se ausentar da escola nos horários delas.

Mãe de um dos alunos, Gisele de Oliveira Nunes relata que o impasse entre a comunidade escolar e a Secretaria Municipal de Educação começou quando foi feita uma reunião com os responsáveis para tratar da implementação do modelo integral, com a presença da secretária. Contudo, ao contrário do que imaginavam, não foi para pedir a opinião da comunidade escolar, mas sim informar que o novo modelo seria adotado. Os responsáveis apontam que a unidade de ensino não tem infraestrutura para um modelo integral. Há, ainda, o fato de que muitos responsáveis não acharam as atividades propostas para o integral interessantes, como a implementação de ações para discutir com os alunos “o que eu quero ser quando crescer”.

A secretária afirmou que os responsáveis que não quiserem colocar as crianças no modelo integral podem fazer matrícula na EMEF Alvimar Silva ou na Alberto de Almeida, em Santo Antônio. Muitos responsáveis acham, porém, que a Amilton Monteiro é de mais qualidade, uma vez que costuma promover atividades de conscientização contra o bullyng e há um diálogo maior com a escola.

A EMEF Amilton Monteiro está na lista das 11 unidades da rede de ensino de Vitória que adotarão o modelo integral a partir de 2025. As demais escolas são as EMEFs Paulo Roberto Vieira Gomes, em São Benedito; e Ronaldo Soares, em Resistência; além dos CMEIs Ana Maria Chaves Colares, em Jardim Camburi; Cecilia Meireles, em Monte Belo; Darcy Vargas, em Bela Vista; Geisla da Cruz Militão, em Nova Palestina; Georgina da Trindade, em São José; Nelcy da Silva Braga, em São Cristóvão; Professora Cida Barreto, em Pontal de Camburi; e Sebastião Perovano, no bairro Jabour.

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