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Candidatos da Umbanda e Candomblé buscam espaço no legislativo

Combate ao racismo e à intolerância religiosa, valorização da cultura negra e defesa do Estado laico são algumas das pautas

É notório o aumento de candidatos ligados às igrejas protestantes nos último pleitos eleitorais. Mas comunidades de terreiro também buscam seu espaço, com candidatos que têm como principais pautas o combate ao racismo e à intolerância religiosa, a valorização da cultura negra, e a defesa do Estado laico. Entre os concorrentes às câmaras municipais este ano, estão o babalorixá Jerdam de Motumbaxé (PCdoB), na Serra; o ogã Sérgio Roriz (Republicanos), em Vila Velha; e Drica Monteiro (Cidadania), que é da Umbanda e disputa uma vaga em Vitória. 

O babalorixá afirma que o avanço protestante na política tem levado ao poder pessoas que “em vez de fazerem por todos, excluem”. Entre os excluídos, destaca, está o povo de religião de matriz africana. “A gente sabe o quanto é difícil nossa caminhada. A Câmara pode ser um instrumento a favor do nosso povo, da defesa dos nossos direitos. Tenho convicção de que posso ser a voz do povo de axé”, diz Jerdam de Motumbaxé. 

Ele salienta que quer fazer um mandato com foco também nos trabalhadores, na juventude negra e na comunidade LGBTQ+. “Um político deve também se preocupar com a cidade como um todo. Todos são seres humanos, todos precisam de respeito e dignidade”, defende. Nascido em uma família que há várias gerações professa o Candomblé, Sérgio Roriz acredita que sua candidatura pode estimular o povo de terreiro a sair da invisibilidade.
De acordo com ele, as pessoas que fazem parte das comunidades de terreiro muitas vezes não assumem a sua religião, se dizendo católicas, por exemplo. O ogã atribui isso ao preconceito que  vivem. Sérgio aponta que elas têm, até mesmo, dificuldade de apoiar abertamente um candidato que explicita ser de religião de matriz africana.

Apesar disso, o candidato do Republicanos acredita que é importante o povo de terreiro ocupar espaço na política. Sérgio destaca que é preciso defender práticas mais inclusivas na educação, por exemplo, onde, muitas vezes, em aulas como a de ensino religioso, acaba-se privilegiando o Cristianismo. Além disso, uma de suas propostas, é a valorização da cultura negra como um todo. 

Drica Monteiro, candidata em Vitória, acredita que é importante que pessoas da Umbanda e Candomblé busquem espaço na política, mas defende que também é preciso formação política. “Não se trata de uma disputa religiosa, e sim, da necessidade de confirmar o direito ao Estado laico. Tem que se permitir a democracia, fazer com que todos tenham seus direitos garantidos, não prevalecendo uma religião ou seita”, aponta.

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