Sexta, 03 Mai 2024

Desconto de 14% dos aposentados só para quem ganha acima de cinco salários

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Dois anos e oito meses depois da aprovação da reforma administrativa e de uma luta incansável dos servidores, a Câmara de Vitória aprovou nesta segunda-feira (4), à unanimidade, com 13 votos, projeto do executivo que altera o desconto de 14% nos subsídios dos aposentados, que passa a incidir somente sobre quem recebe acima de cinco salários mínimos. A sessão foi marcada pela presença maciça de aposentados, que durante esse período, sofreram vários reveses, sendo inclusive impedidos de entrar na prefeitura.

O vereador Vinícius Simões (Cidadania), depois de apontar que "o prefeito Lorenzon Pazolini (Republicanos) finalmente reconheceu o erro", pediu para retirar projeto de sua autoria sobre a mesma matéria, com o apoio do vereador André Moreira (Psol) e da vereadora Karla Coser (PT), que seria votado na sessão desta segunda.

Vinícius reproduziu, durante discurso na tribuna, a música Coração de Estudante, de Milton Nascimento, que diz em uma das estrofes: "Alegria e muito sonho; Espalhados no caminho; Verdes, planta e sentimento; Folhas, coração, juventude e fé", e apontou o descaso com que o tema foi tratado por Pazolini e o secretário de Governo, Aridelmo Teixeira. Já a vereadora Karla Coser considerou a medida adotada pelo executivo "uma crueldade do prefeito" e André Moreira ressaltou que os aposentados "foram tratados como bandidos".

Luiz Emanuel (Republicanos), Davi Esmael (PSD) - na época da aprovação do projeto na função de presidente da Câmara - e Leonardo Monjardim (Patri), aliados do prefeito, tentaram justificar o desconto de 14%, criticaram gestões passadas, como a de Luciano Rezende (Cidadania), e se "desculparam" perante os aposentados. Luiz Emanuel reconheceu que  "foi um erro" a aprovação do projeto.  

A alteração chegou à Câmara quatro meses depois da promessa do prefeito Pazolini, feita em abril deste ano, diante do acirramento dos ânimos dos aposentados, quando foi protocolado o projeto de Vinícius Simões para reabrir o debate em torno do assunto, a fim de corrigir o desconto de 14% de forma linear, afetando todos os servidores.

A medida que estabeleceu os descontos foi adotada no projeto de reforma administrativa, em 2 de janeiro de 2021, um dia depois da posse de Lorenzo Pazolini, com protestos das vereadoras Karla Coser (PT) e da hoje deputada estadual Camila Valadão (Psol), que votaram contra. A matéria veio na linha de gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que retirou direitos dos trabalhadores.

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