Depois de um curto período de aparente jejum político, a Convenção das Assembleias de Deus no Espírito Santo (Cadeeso) retorna com todo apetite às articulações partidárias e define nesta semana os nomes que irá apoiar nas eleições de outubro.
Esse núcleo evangélico é cobiçado por toda a classe política, por exibir um potencial de cerca de 500 mil votos. O assédio envolve candidatos ao governo até deputados estaduais.
Para o Senado, disputam as preferências das lideranças religiosas o ex-deputado federal Jurandy Loureiro (PHS) e o senador Magno Malta (PR). Os escolhidos irão direcionar os apoios às candidaturas ao governo do Estado, havendo uma preferência pelo ex-governador Renato Casagrande (PSB). Jurandy é visto, porém, com mais prestígio entre as lideranças.
As conversas estão sendo coordenadas pela Cadeeso, que reúne as Assembleias de Deus no Estado, com a participação de aproximadamente 10 outras entidades menores da mesma congregação.
Os líderes estão se reunindo às quintas-feiras na sede da Cadeeso, no bairro do Ibes, em Vila Velha, dentro de uma nova formatação, a fim de valorizar o debate em torno de candidaturas para encontrar um equilíbrio entre diferentes correntes.
Essa mudança é resultante da eleição do atual o presidente, pastor Arnaldo Candeias, em março deste ano, em uma disputa que movimentou a classe política. Vereadores, deputados estaduais e federais e candidatos ao governo se envolveram no pleito, principalmente os que ocupam cargos eletivos e são candidatos à reeleição.
Com o ex-presidente Oscar de Moura, que permaneceu no cargo durante 14 anos, as decisões eram tomadas de forma individual, com reduzida participação de lideranças, o que provocava divisões prejudiciais à congregação religiosa, que abriga cerca de 350 unidades/igrejas no Estado.
A eleição de Arnaldo Candeias foi considerada uma vitória do ex-deputado Jurandy Loureiro, que pretende retornar à política depois de oito anos afastado. Candeias lidera uma Assembleia de Deus em São Torquato, Vila Velha, da qual Jurandy é pastor auxiliar. Além disso, ele tem prestígio junto a outras lideranças.
Já o senador Magno Malta encontra restrições, reforçadas por ele ter-se mantido afastado da entidade em função de sua agenda nacional, agora em companhia do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Nos últimos dias, ele visitou a entidade e ouras lideranças evangélicas, visando reforçar seus dividendos eleitorais.
