As articulações para a eleição da presidência da Assembleia Legislativa, que acontecerá no próximo dia 2 de fevereiro, caminham para uma confluência em torno do nome do deputado Erick Musso (PMDB), embora ele ainda não se coloque como candidato ao cargo. O deputado, porém, tem feito um movimento que agrada tanto aos deputados quanto ao Palácio Anchieta.
Erick Musso é o vice-líder do governo na Assembleia e também é do mesmo partido do governador Paulo Hartung, mas suas articulações têm sido feitas de forma isolada da movimentação palaciana, o que o credencia no plenário. Se entrasse na disputa da presidência com o selo palaciano, o deputado não teria facilidade de se movimentar tão livremente com os colegas.
Os emissários palacianos estão conversando com os deputados a respeito do processo eleitoral, mas ainda não exercem pressão sobre os parlamentares para impor um nome de preferência do governador Paulo Hartung. Mas o nome de Erick agrada o governador também, pois o deputado tem se mostrado fiel ao Palácio na função de vice-líder.
As conversas, segundo alguns deputados, são sobre a indisposição com a quarta recondução de Theodorico Ferraço (DEM) ao cargo. Para os deputados, Ferraço foi um bom presidente, mas a briga por cargos e espaços dificultam sua permanência. Ferraço tem perdido força no plenário, mas ainda não pode ser descartado como candidato. Ele ainda teria um número de aliados trabalhando por sua reeleição, mas a tendência é de desidratação de seu palanque.
Para o governo, a concentração de poder nas mãos da família Ferraço – Norma Ayub (DEM), mulher do deputado na Câmara, e Ricardo Ferraço (PMDB), no Senado –, não é interessante para o governador, que em 2018 pode ter que acomodar o senador de acordo com seu interesse na disputa.
Ao tentar se afastar do selo palaciano, Musso agrada os deputados, porque o plenário procura um nome que tenha condições de negociar com o Executivo sem necessariamente ter de se submeter aos caprichos do governador. Os deputados estarão disputando a reeleição em 2018 e precisam de um presidente que os proteja e garanta espaços para a movimentação nas bases.
