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PT formaliza pedido de expulsão de Lúcia Dornellas em Cariacica

Grupo de filiados alega que Lúcia teria coordenado a comunicação da campanha de Euclério Sampaio 

Um grupo de filiados ao PT, do campo Voltar a Sonhar, de Cariacica, formalizou nesta segunda-feira (14) o pedido de expulsão de Lúcia Dornellas do quadro de filiados do partido. Eles alegam que ela teria atuado na campanha de Euclério Sampaio (DEM), que ganhou as eleições no segundo turno contra Célia Tavares (PT). A iniciativa tem como base, segundo os autores do pedido, a regra estatutária que prevê a expulsão em casos de “atuação contra a candidatura partidária ou realização de campanha para candidatos ou candidatas de partidos não apoiados pelo PT”. 

Lúcia Dornellas compõe a executiva municipal do PT em Cariacica e foi coordenadora de Governo no primeiro mandato de Helder Salomão (PT) e, no segundo, secretária de Serviços Urbanos. Posteriormente, chegou a cumprir um mandato de deputada estadual pelo PT. No documento em que é formalizado o pedido de expulsão, o grupo relata que Lucia teria sido coordenadora estratégica de comunicação da campanha de Euclério. Consta também que ela teria participado do planejamento eleitoral da pré-campanha de Célia.

“O que é mais grave, pois obteve informações táticas da campanha do PT e logo após assumiu a coordenação estratégica de comunicação da campanha eleitoral do candidato que seria no segundo turno o adversário do PT, concorrente à vaga de prefeito do município de Cariacica”, diz o documento. Os filiados denunciam, ainda, que Lúcia Dornellas foi contratada por R$ 30 mil para cumprir a função, conforme prestação de contas de Euclério no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Declaração de despesa da campanha de Euclério destacada no pedido de expulsão. Créditos: Reprodução

De acordo com o pedido de expulsão, durante a campanha Célia Tavares e o deputado federal Helder Salomão (PT), seu principal apoiador, sofreram diversos ataques, como fake news, sendo Lúcia Dornellas responsável por isso, uma vez que ela coordenava a comunicação.

Outro destaque feito pelo grupo de filiados é de que Lúcia feriu o artigo 227 do estatuto do PT, que afirma constituir infrações éticas e disciplinares “a violação às diretrizes programáticas, à ética, à fidelidade, à disciplina e aos deveres partidários ou a outros dispositivos previstos neste estatuto” e “o desrespeito à orientação política ou a qualquer deliberação regularmente tomada pelas instâncias competentes do partido, inclusive a banca a qual pertencer o ocupante de cargo legislativo”. 

Protocolado na executiva municipal do partido, o pedido de expulsão será encaminhado para a Comissão de Ética, que notificará Lúcia Dornellas para apresentar sua defesa. Caso as provas apresentadas não sejam consideradas suficientes, o grupo propõe ouvir testemunhas. Essa mesma Comissão é a responsável por avaliar a denúncia e emitir parecer favorável ou contrário à expulsão.

Euclério Sampaio venceu as eleições municipais no segundo turno, com 58,69% dos votos válidos. Célia Tavares obteve 41,31% dos votos válidos. Abstenções totalizaram 29,93%; brancos 5,32%; e nulos 6,32%.

Pedido de desfiliação

Procurada por Século Diário, Lúcia Dornellas afirma que pediu desfiliação do PT depois das eleições. Ela relata que não quer nenhum vínculo partidário. “Eu tomei uma decisão profissional de não mais atuar na vida partidária. Estudei, fiz pós-graduação para trabalhar com marketing”. De acordo com Lúcia, sua atuação na campanha de Euclério realmente aconteceu, por meio de um contrato de prestação de serviço, e o PT foi comunicado disso.

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