Impasse entre governo federal e PMDB deixa Ricardo Ferraço mais longe da disputa
Além da resistência na nacional da corrente Articulação de Esquerda que trabalha contra a aliança do PT com o PMDB, outro fator que pode dificultar a costura no Espírito Santo é a dificuldade de o governo federal chegar a um consenso com o PMDB nacional sobre reforma ministerial, apoio da bancada e movimentação eleitoral em determinados estados.
O PMDB vem mostrando sua insatisfação com o Palácio do Planalto desde o início das conversas sobre reforma ministerial. Mesmo tendo cinco ministérios – Minas e Energia, Previdência, Turismo, Agricultura e Secretaria de Aviação Civil – o partido quer mais.
Além das discordâncias em torno de indicações para ocupar assentos na Esplanada, as conversas sobre a composição de palanques em determinados estados estaria aumentando a tensão entre as partes em nível nacional. Tanta irritação pode influenciar a disputa no Estado.
Para conseguir viabilizar sua candidatura ao governo do Estado, o senador Ricardo Ferraço conta com o a interferência da nacional para tentar emplacar seu palanque. Encontrando resistências dentro do partido e sem conseguir fazer com que o ex-governador Paulo Hartung anuncie suas pretensões no pleito, Ricardo Ferraço dependeria de um acordo fechado por cima para garantir sua candidatura.
Com o PMDB pressionando o governo federal no campo nacional, o PT capixaba terá a justificativa necessária para se manter no palanque do governador Renato Casagrande. Dentro do PT capixaba a resistência a uma aliança com o PMDB é grande e a impressão é de que apenas uma intervenção da nacional obrigaria o partido a alinhavar um acordo.
Mas os movimentos quase oposicionistas da bancada do PMDB na Câmara e no Senado, com o objetivo de pressionar a presidente Dilma e a cúpula petista, podem acabar afastando de vez PT e PMDB na eleição deste ano. No Congresso, o partido tem adotado uma série de atitudes de pressão contra a presidente, como a derrubada da sessão que votaria o veto ao projeto que permite a criação de novos municípios.
Nesse cenário de descontentamento, o PMDB pode continuar a criar embaraços ao Palácio do Planalto, até mesmo com o apoio de outros partidos da base. A expectativa para os peemedebistas que precisam do apoio do PT para montar seus palanques, como no caso do Espírito Santo, é sobre a atuação do vice-presidente Michel Temer, considerado o único capaz de acalmar os ânimos.
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