Novo mandato de Ferraço já é dado como certo na Assembleia

A tramitação da PEC 10/2012, dos deputados estaduais Élcio Álvares (DEM) e José Carlos Elias (PTB) – a já famosa “PEC da reeleição” –, pelo jeito, já está definida antes mesmo de sua votação. Durante a sessão ordinária desta segunda-feira (19) da Assembleia Legislativa (Ales), as conversas de bastidores já davam como certa a reeleição do atual presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM). Oficialmente, a eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia só acontece em 1º de fevereiro do próximo ano.



A PEC estava na Ordem do Dia nesta segunda, mas, apesar disso, não foi sequer discutida – o que só aumenta o sentimento de que o tema já está definido.



E está resolvido mesmo com a indefinição do posicionamento do PT, que faz mistério sobre qual será a decisão do partido em relação à “PEC da reeleição”. Segundo o líder da bancada do PT na Casa, deputado Genivaldo Lievore, os quatro deputados petistas se reúnem nesta terça-feira (20) com a Direção Estadual da sigla para definir a posição do partido.



Lievore afirmou que a realização do encontro deve-se à complexidade do tema, que aparece como uma antecipação de um debate que envolve, além de toda a composição da Mesa Diretora, as presidências das comissões, o próprio secretariado do governo estadual e as mudanças decorrentes disso no plenário da Casa.



Mesmo assim, o PT não deve ser um obstáculo à reeleição. Segundo Lievore, um dos principais pontos que serão estudados para a tomada do posicionamento é a estabilidade entre os poderes, já que o partido é uma das principais forças do governo estadual. Como até o próprio governador Renato Casagrande trabalhou para garantir a tramitação da PEC, a dita “estabilidade” pode significar um apoio mais concreto.



O também petista Claudio Vereza foi mais fundo e definiu a proposta como “PEC do Ferraço”, já que, hoje, o único que poderia ser beneficiado pela sua aprovação seria o próprio presidente da Casa. O deputado colocou mais uma questão em jogo: ele próprio é o autor da emenda, atualmente em vigor, que proíbe a reeleição – e que pode ser o único obstáculo dentro do próprio PT para aprovar um posicionamento favorável à proposta.