Palacianos tentam esvaziar candidatura de Magno Malta ao governo
O processo eleitoral será deflagrado apenas no segundo semestre do próximo ano, mas no Estado a discussão sobre a disputa ao governo do Estado já está a pleno vapor com a colocação de dois palanques na disputa. O governador Renato Casagrande (PSB) tenta manter o sistema de unanimidade política criado no Estado no governo que o antecedeu e pelo qual ele foi eleito em 2010.
O grupo em 2010 tinha 16 partidos, incluindo o PR do senador Magno Malta. Mas o início das articulações para o próximo ano, com a costura do republicano em nível nacional para viabilizar sua candidatura ao governo do Estado, desarticula a sustentação do palanque de consenso de Casagrande, forçando o governador a travar uma disputa eleitoral, da qual a classe política capixaba está desacostumada no Estado.
Neste sentido, os palacianos reagiram à possibilidade de Malta disputar a eleição ao governo. Primeiro, com a ameaça dos republicanos presentes na ampla base do governador de debandada do partido, caso o senador não recue. A movimentação incluiu até o pedetista Sérgio Vidigal, aliado de Malta. Havia uma expectativa nos meios políticos de que Vidigal declarasse apoio irrestrito ao senador, devido à antiga relação entre as duas lideranças.
Ao mesmo tempo em que tenta descapitalizar Malta esvaziando seu palanque, o governo tenta reforçar sua vitrine. A liberação pela Justiça do leilão da BR-101 foi comemorado pelo governo do Estado, e o governador Renato Casagrande foi à mídia para falar dos benefícios da ação. Mas como o PR controla o Dnit, o senador reivindica a autoria da movimentação que liberou a privatização da BR.
Outro movimento entendido como resposta do senador à pressão do mercado para que ele desista da disputa foi a reunião com o ministro dos Transportes, César Borges, com a presença do prefeito e de vereadores de Pedro Canário. Para os interlocutores, a iniciativa buscou transparecer a acessibilidade de Malta ao governo federal.
Uma acessibilidade que Casagrande não teria a ministros e até à presidente Dilma Rousseff. Já o governo do Estado vem sofrendo consecutivas derrotas em Brasília no que se refere a recursos federais, o que pode ser usado na campanha.
Interlocutores palacianos entendem que a iniciativa de tentar minar a candidatura do senador está no fato de o governo entender o risco potencial de enfrentá-lo na campanha. Mesmo esvaziado, a popularidade do senador representa uma ameaça à reeleição de Casagrande.
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