Já está tudo certo, falta apenas anunciar a decisão. O deputado federal Givaldo Vieira vai trocar o PT pelo PCdoB, confirmando notícias que circulam no mercado político.
A saída do deputado, embora esperada, representa uma baixa significativa no processo de articulações do PT, considerando o seu potencial de votos, já testado nas urnas.
Do lado dio PCdoB a escolha ocorre pelo viés ideológico, o que fortalece a legenda, considerando que o partido ganhará uma nova conformação liderada pelo deputado. Diferente de mudanças oportunistas comuns nesse período em ano eleitoral.
Dentro dessa nova conformação, o PCdoB tem chances de eleger um deputado estadual, em consequência de quadros eleitorais próprios e de outros que deverão seguir Givaldo, candidato à reeleição à Câmara dos Deputado.
Ele não sai sozinho do PT. Em torno dele há um grupo coeso contrário à atuação do partido, principalmente a perda daaçao ideológica e a ligação com o governo Paulo Hartung, motivo de conflitos que vieram à tona por oasião da eleição do Diretório Estadual, em abril de 2017.
A possibilidade de união entre os grupos liderados pelo deputado estadual José Carlos Nunes e a outra conduzida pelo grupo do ex-prefeito de Vitória João Coser para manter a hegemonia na sigla não teria mais efeito.
O grupo de Givaldo tentou procurar a quarta chapa, formada pela corrente do Trabalho para unir forças. O pequeno grupo conseguiu 44 votos e dois delegados no Congresso. A chapa de Gilvado conseguiu 2.553 votos, a de Nunes 1.452 votos e a de Coser 1.031 votos em seus respectivos delegados.
A executiva do PT capixaba se reuniu para analisar o relatório eleitoral da primeira etapa do Processo de Eleição Direta (PED) do PT. Surpreendentemente, vários votos foram anulados pela Comissão Eleitoral, sob a justificativa de que não atenderam os “requisitos do processo eleitoral”.
Foram cancelados votos nos municípios em Águia Branca, Alfredo Chaves, Barra de São Francisco, Governador Lindenberg, Ibatiba, Brejetuba, Pinheiros e Santa Teresa. Nessas cidades, Givaldo teve maioria dos votos.
Givaldo, que havia saido do processo eleitoral com 51% dos votos, passou a ter 48% de todos os votos do Estado. Nunes passou de 28% para 30,7%. Já a chapa de Coser passou de 19,87% para 20,83%. Isso daria uma soma de 51% entre as chapas de Nunes e Coser.
Correntes do PT ligadas a Givaldo ainda esperam que ele desista, mas no PCdoB a filiação já é dada como certa.