A queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff, apontada pela pesquisa CNI/Ibope, da semana passada, é um termômetro que permite prever como será articulado o cenário eleitoral do Estado. Existe a necessidade de um fortalecimento do palanque de reeleição da presidente e do objetivo do PT nacional em isolar o palanque do socialista Eduardo Campos no Estado. Quanto mais se aproxima o processo eleitoral, maior a tensão no mercado político capixaba, que reage às movimentações nacionais. O governador Renato Casagrande, segue em seu trabalho de tentar reunir a unanimidade. O PT se acomoda em qualquer situação, seja como candidato ao Senado ou vice.
O PMDB tem divergências, uma coisa é o objetivo da nacional, outra é o interesse do grupo do ex-governador Paulo Hartung. Para alguns observadores, a movimentação do peemedebista são no sentido de pressionar o cenário para acertar a influência no Palácio Anchieta, antes mesmo de o processo começar.
Neste contexto é preciso considerar a visão do PMDB nacional. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, nesta terça-feira (1), o vice-presidente Michel Temer falou da vocação do partido para a regionalização. Ele admitiu que isso dificulta imposições verticais. Mas há uma linha norteadora: o partido defende a aliança com o PT para esta eleição e a preparação para a chegada ao poder em 2018. A movimentação que visa a presidência, também deve se estender para os Estados.
No Espírito Santo, o fato de Renato Casagrande disputar o segundo mandato, também ajuda a recompor uma fila sucessória para 2018. Por isso, o que o ex-governador estaria interessado em uma acomodação que permita uma preparação para a próxima eleição.
Mas se o efeito das manifestações contra a Copa do Mundo afetarem mais a imagem da presidente, o interesse do PT pode falar mais alto do que a movimentação do PMDB, seja em nível nacional ou estadual, e aí Hartung pode ser pressionado a tomar um posicionamento em favor de uma candidatura própria para dar à presidente um palanque exclusivo.