Com a polêmica causada pelo depoimento do lobista Fernando de Moura sobre a “contribuição” de R$ 750 mil para as campanhas de petistas no Espírito Santo e no Ceará na disputa eleitoral de 2004 e a minirreforma que põe um fim às doações de campanha, o tema recursos eleitorais tem causado tensões nos partidos.
Com o fim do financiamento privado de campanha, o risco de haver doações ilegais para candidatos aumenta. Os partidos, já fragilizados, agem com a máxima cautela para evitar desgastes políticos associados à corrupção.
O PT nacional, partido mais vulnerável neste momento, anunciou nessa terça-feira (26) que os candidatos na disputa deste ano terão que assinar uma carta-compromisso para que cada um deles seja plenamente responsável pela movimentação financeira de campanha.
Também nessa terça-feira, o procurador eleitoral Carlos Vinícius Cabeleira disse que pretende investigar as denúncias feitas pelo lobista Fernando Moura sobre candidatos do PT no Estado: João Coser, em Vitória, e Helder Salomão, em Cariacica, na disputa de 2004.
Naquela ocasião, Coser recebeu R$ 288,4 mil do PT nacional e Helder R$ 50 mil do partido, que seriam recursos entregues em espécie pelo ex-secretário geral do partido, Silvio Pereira, às direções municipais da legenda.
Ao defender a medida do PT para este ano, o presidente do partido, Ruy Falcão, disse que não se trata de desconfiança em relação aos quadros petistas, mas ponderou que a regra evita que eventuais deslizes venham a cair na conta do partido, na hora da avaliação da Justiça eleitoral.