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Quais partidos saem fortalecidos das eleições no Espírito Santo?

Resultados refletem preparação dos grupos de Renato Casagrande e de Amaro Neto para a disputa de 2022

Conhecidos os resultados das eleições municipais desse domingo (15), dois partidos saem vitoriosos: o PSB, que manteve-se com o maior número de prefeitos no Espírito Santo, e o Republicanos, que teve grande crescimento da última eleição municipal para a atual.

Impulsionado pelo governador Renato Casagrande, o PSB vinha disputando nas últimas eleições com o MDB de Paulo Hartung quem comandava o maior número de prefeituras, que somam 78 no Estado. Dos 38 candidatos que lançou à prefeitura em 2020, o PSB elegeu 13 prefeitos, mais que o dobro do ano passado. A debandada de Hartung jogou para baixo seu antigo partido, caindo de 16 para oito os prefeitos eleitos pelo MDB, ficando atrás do Republicanos e do Cidadania, ambos com nove prefeitos cada.

O Cidadania conseguiu várias prefeituras do interior, porém perdeu o comando de duas cidades estratégicas, Vitória e Cariacica. A expectativa é que o partido siga na aliança com Casagrande, com sua principal liderança, o prefeito de Vitória Luciano Rezende, trabalhando a viabilização de seu nome para o Senado na chapa, como se comenta nos bastidores políticos.

Já o Republicanos, que tinha eleito apenas um prefeito há quatro anos, multiplica o comando de prefeituras, já como resultado das movimentações do grupo que inclui os deputados estaduais Erick Musso, presidente da Assembleia Legislativa, e Lorenzo Pazolini, candidato à prefeitura de Vitória, e o deputado federal Amaro Neto, que sinaliza uma candidatura ao governo estadual em 2022, depois de desistir de disputar as eleições municipais para as quais chegou a ser cogitado na Serra, Vila Velha e Vitória. O resultado na Câmaras Municipais também é animador para o partido: 86 vereadores eleitos, mostrando que o partido pode ter forte enraizamento territorial quando voltar às urnas daqui a dois anos.

Entre as maiores cidades do interior, o PSB manteve Victor Coelho em Cachoeiro de Itapemirim. Em Colatina, se elegeu novamente Guerino Balestrassi, agora no PSC. Linhares renovou o mandato do xará Guerino Zanon (MDB) e São Mateus também reelegeu Daniel Santana (PSDB), o Daniel da Açaí, que chegou a ter o mandato cassado durante sua gestão por crime eleitoral, mas conseguiu reverter a decisão judicialmente.

No tabuleiro da Grande Vitória, que concentra quase metade dos votos do Estado, as águas ainda estão por rolar. Pouca coisa está definida, já que nos quatro maiores municípios, as eleições vão ser decididas no segundo turno, algumas com candidatos ainda não totalmente alinhados com esses dois polos que vão se formando na política estadual.

O deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) é a grande aposta do grupo de Amaro, podendo garantir força para o palanque e vitrine de gestão com foco na segurança pública, caso se torne prefeito da Capital, cidade de maior visibilidade. Casagrande ainda não se manifestou sobre a possibilidade de entrar na briga dando apoio ao ex-prefeito João Coser (PT) na disputa para voltar a comandar Vitória. Órfão do padrinho político, políticos historicamente ligados a Hartung, como Lelo Coimbra (MDB) e César Colnago (PSDB) rumaram para o barco de Pazolini, o que pode jogar ainda mais pressão para o colo de Casagrande.

O PT, que em 2016 elegeu um prefeito que se desfiliou do partido durante o mandato, terminou o primeiro turno sem eleitos para o executivo municipal, embora ainda tenha duas brigas difíceis para travar em Vitória e Cariacica, cujas vitórias poderiam injetar força no partido combalido pela conjuntura nacional e as decisões estaduais dos últimos anos. Em Cariacica, o candidato Euclério Sampaio (DEM) é aliado de primeira hora de Casagrande na Assembleia Legislativa (Ales), embora ainda não pareça certo que o governador se posicione em seu favor. Na negociação para barrar Pazolini em Vitória, o PT deve querer negociar também ao menos a neutralidade do governador em Cariacica. A eleição de Euclério ainda devolveria na Assembleia Legislativa o mandato para Freitas (PSB), também aliado de sempre do governador, que chegou a assumir a cadeira quando Bruno Lamas foi nomeado secretário estadual de Trabalho e Assistência Social. Então, os dados ainda estão rolando.

Em Vila Velha, Max Filho (PSDB) conta com o apoio do PSB, o que pode jogar Arnaldinho Borgo (Podemos) para o outro polo, ganhando apoio do Republicanos e de Neucimar Fraga (PSD), que também está de olho na eleição da Serra, já que uma vitória do ex-prefeito e deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) abriria para ele uma vaga na Câmara Federal, pois ocupa a primeira suplência da coligação. O Podemos, no entanto, é comandado pelo prefeito de Viana, Gilson Daniel, aliado de Casagrande.

Já na Serra, em tese, o segundo turno favorece Casagrande, que tem sido aliado de Audifax Barcelos e da Rede, que tem como candidato Fábio Duarte, mas também tece alianças com Vidigal, num palanque no qual o governador pode não tomar tomar partido, embora o favoritismo esteja com o candidato do PDT, que por pouco não levou no primeiro turno.

Os próximos dias devem ser decisivos na consolidação das movimentações dos dois blocos políticos formados, para tentar fechar a equação de qual será o panorama final no Estado após o segundo turno nos quatro maiores colégios eleitorais do Espírito Santo, já projetando o cenário para 2022.

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