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Secretária da Fazenda volta a defender ajuste fiscal e mira agora críticos do ???discurso do caos???

A secretária estadual da Fazenda, Ana Paula Vescovi, voltou à Assembleia Legislativa para prestar contas do segundo quadrimestre do ano. Na sessão desta segunda-feira (28) da Comissão de Finanças, ela voltou a defender o ajuste fiscal feito pela atual gestão. Mas diferentemente de manifestações anteriores, Ana Paula se voltou agora contra integrantes do governo Renato Casagrande (PSB), que sempre rebatem os números do atual governo sobre o valor disponível em caixa. “É preciso limpar o terreno do uso político dessas informações”, contestou.

O ponto central da polêmica é a divulgação do valor da disponibilidade bruta de caixa, estimado hoje em R$ 2,58 bilhões. Na visão de Ana Paula, esse quantitativo não significa necessariamente dinheiro para uso livre do Estado, como defendem, segundo ela, ex-integrantes da gestão socialista em resposta ao chamado “discurso do caos”. Segundo a secretária, a conta dos valores disponíveis inclui receitas do fundo de previdência dos servidores, recursos vinculados [por meio de transferências governamentais] e verbas destinadas a outros Poderes.

“Temos que combater o uso demagógico e tecnicamente incorreto desses dados”, defendeu Ana Paula, que citou a mesma situação em outros estados, como Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Segundo ela, os recursos não estão disponíveis, muito embora alguns estados, como Minas Gerais, tenham recorrido a essas receitas para garantir o pagamento dos servidores. “Tudo isso com um custo social muito alto, basta ver as manifestações contra o uso desses recursos”, citou.

Em relação aos demais indicadores, a secretária projetou um cenário sombrio não apenas para o restante de 2015, mas também para os anos seguintes. Apesar do aumento da arrecadação própria do Estado com as receitas do ICMS, Ana Paula destacou a perda de receitas com royalties de petróleo, fato que teria provocado uma queda nominal de 1,3% nas receitas em comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo Ana Paula, as medidas de ajuste fiscal deram condições para o Estado enfrentar a “crise mais acentuada dos últimos 25 anos”.

Ana Paula informou que, até o final de agosto, o Estado conseguiu “acumular” R$ 115 milhões no resultado de caixa do Tesouro – recursos esses que seriam, de fato, livres para utilização pelo governo. Na última prestação de contas, levando em consideração o resultado até o final de abril, o Estado havia registrado um superávit de R$ 97 milhões. Para a secretária, o governo tem que acumular R$ 330 milhões até o mês de novembro, caso contrário, algumas despesas poderiam deixar de ser pagas no mês de dezembro.

Durante a sessão, a secretária da Fazenda informou ainda os primeiros resultados do programa de refinanciamento de dívidas (Refis). Segundo ela, o governo conseguiu reaver R$ 101,84 milhões em dívidas pagas à vista de tributos estaduais. O programa teria garantido R$ 108,96 milhões em parcelamentos, muito embora não exista garantia de que todos os financiamentos serão honrados até o final dos acordos, que podem chegar a 60 meses.

Por conta de limitações de tempo – a prestação de contas começou às 13h45, sendo que a sessão teve que ser encerrada por volta das 14h50 por conta da sessão ordinária –, poucos deputados conseguiram se manifestar durante a reunião. Entretanto, o único parlamentar que fez perguntas de fato à secretária foi Sérgio Majeski (PSDB), que criticou os cortes de verbas na educação, como o fechamento de turmas e corte de pessoal na área administrativa das escolas.

O tucano sugeriu ainda a redução no número de secretarias, ideia que não foi bem recebida pela secretária. Ana Paula respondeu que os cortes teriam atingido o “conjunto do governo” e de que uma diminuição não seria relevante: “As secretarias funcionam de forma enxuta e cumpre o seu papel”, rebateu a secretária.

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