Quarta, 08 Mai 2024

STF derruba liminar para ordem cronológica de votação dos vetos

STF derruba liminar para ordem cronológica de votação dos vetos

 

Depois de mais de quatro horas de julgamento, os ministros do Supremo Tribunal de Justiça (STF) chegaram a uma decisão sobre a votação dos 3.060 vetos paralisados no Congresso Nacional. A decisão desta quarta-feira (27) não é boa para o Espírito Santo e Rio de Janeiro. Com os votos de seis ministros contrários ao relatório do ministro Luiz Fux, o STF chega à sua maioria sobre o assunto.



O Congresso fica, assim, liberado da obrigação de votar em ordem cronológica os mais de três mil vetos antes de apreciar o veto parcial à legislação dos royalties no Projeto de Lei 2.565/2011 (convertido na Lei 12.734/2012). O veto da presidente Dilma Rousseff mantém o pacto federativo, com o repasse diferenciado para os campos de petróleo já licitados.



Com isso, a expectativa é de que a matéria seja pinçada entre os demais vetos paralisados no Congresso e a tendência é de que o veto seja derrubado. Se fosse mantida a liminar de Fux, os estados produtores poderiam ganhar uma sobrevida de cerca de três anos. Mas com a derrubada da liminar, o veto deve ser votado logo e o Estado pode chegar a perder R$ 900 milhões por ano.



O relator defendeu a liminar concedida pelo ministro no final do ano passado, a partir do mandado de segurança impetrado no Supremo pelo deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), numa tentativa de manter o veto dos royalties e evitar que os parlamentares votassem os três mil vetos em bloco.



Em sua fala, Fux defendeu que o assunto merecia intervenção do Supremo porque envolve questão constitucional e omissão do Congresso, em um “quadro gravíssimo no sistema de freios e contrapesos”.  



O ministro lembrou o que a Constituição determina a apreciação de todos os vetos presidenciais pelo Legislativo no prazo de 30 dias, sob pena de trancamento da pauta, mas o Congresso acumula vetos desde do governo Fernando Collor aguardando na fila para análise.



De acordo com o ministro, a liminar não foi radical, pois, se ele interpretasse a Constituição de forma estrita, toda a pauta do Congresso deveria ficar obstruída, e não apenas os vetos. “Todos os vetos são urgentes, na medida em que não votar o veto tranca a pauta”, explicou. Ele destacou ainda que a liminar não impediu a votação do Orçamento da União de 2013.



Após a defesa da liminar por Fux, o ministro Teori Zavascki apresentou um relatório de controvérsia defendendo que não seria viável obrigar o Congresso a votar 3.060 vetos, já que isso poderia inviabilizar o cumprimento da Constituição na apreciação de novos vetos em 30 dias. Desde a liminar de Fux, outros 51 vetos já chegaram ao Congresso.



Os ministros Rosa Weber, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes votaram da mesma forma que Zavascki, garantindo a maioria do Pleno da Corte favorável à derrubada da liminar. Votaram a favor da manutenção da liminar, além do relator, os ministros Marco Aurélio de Mello, Celso de Melo e Joaquim Barbosa.

 

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