Sábado, 18 Mai 2024

Sindicato dos enfermeiros denuncia precariedade no atendimento em Vila Velha

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Sindienfermeiros-ES) está denunciando a precariedade do atendimento na atenção básica à saúde de Vila Velha. De acordo com a presidente da entidade, Andressa Barcelos, as queixas vão desde o número de equipes, passando pelas condições de trabalho nas unidades, até remuneração dos enfermeiros. 
 
Segundo Andressa, o valor da hora de trabalho de um enfermeiro de Vila Velha é de R$ 10,25, para aqueles que trabalham 40 horas semanais. Ela explica que este valor é muito baixo para um profissional com curso superior e especialização. 
 
No entanto, ela ressalta, a remuneração não é o único fator de queixa. No município faltam materiais de controle e esterilização. “Em Vila Velha falta teste biológico, o que pode colocar a sociedade em risco”, diz ela. 
 
A presidente do Sindienfermeiros também aponta que a falta de unidades de atenção básica acaba por provocar superlotação nas unidades, o que aumenta ainda mais a insegurança dos cidadãos e dos servidores.  O número de enfermeiros no município também é inferior ao que estipula a Organização Mundial de Saúde (OMS). No município há 104 enfermeiros, mas a OMS classifica como aceitável um enfermeiro a cada 500 habitantes. Para atender a essa orientação, o município deveria ter algo em torno de 830 profissionais. Andressa aponta que o os 104 enfermeiros são responsáveis por traçar estratégias de saúde básica para toda a população. 
 
O número de unidades de saúde de estratégia do Programa Saúde da Família (PSF) também é inferior ao que preconiza o Ministério da Saúde. Andressa ressalta que o ministério preconiza que a cada 12 mil habitantes deve haver uma unidade com três equipes cada. Considerando que o município tem mais de 414 mil habitantes, o ideal seria que houvesse mais de 34 unidades. Vila Velha, no entanto, tem apenas oito. 
 
Além de estar em número inferior do que o preconizado pelo Ministério da Saúde, a distribuição de equipes pelas unidades não segue um padrão. Andressa explica que em quatro unidades há três equipes, como o determinado pelo ministério, mas em oito há seis equipes em cada unidade, sendo que a infraestrutura dos locais não comporta este número de profissionais. “Acaba que existem profissionais que não têm consultório para trabalhar, faltam cadeiras para todos os dentistas. Essas equipes poderiam possibilitar a abertura de outras quatro unidades”, afirma ela. 
 
Todas as reivindicações dos enfermeiros foram protocoladas na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) em 28 de agosto deste ano e uma reunião foi realizada com a secretaria, Andréia Corteletti Passamani em outubro. Andressa conta que todas as reivindicações acerca de condições de trabalho, remuneração e segurança nas unidades foram colocadas no documento, mas que não houve sinalização de que seriam atendidas. 
 
Já na última segunda-feira (11), Andressa apresentou aos vereadores, durante a Tribuna Livre, na Câmara Municipal, a pauta de reivindicações da categoria. Ela diz que os vereadores se comprometeram em ajudar os enfermeiros no diálogo com a prefeitura, mas ela diz que, quando o dialogo esgotar, não está descartada a possibilidade de uma paralisação.  

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