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Ao invés de diálogo, Pazolini envia Ronda Ostensiva à ocupação Chico Prego

“Acreditamos que foi para nos intimidar e acabarmos com o acampamento na prefeitura”, diz integrante de Movimento Naconal

Guardas da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), grupo tático criado pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), estiveram na tarde desta segunda-feira (11) na ocupação Chico Prego, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Irmã Jacinta, localizada no Morro do Romão. No local, encontram-se três famílias, que vigiam o espaço, já que as demais estão em um acampamento em frente à Prefeitura de Vitória desde essa sexta-feira (8). “Acreditamos que foi para nos intimidar e acabarmos com o acampamento”, diz a militante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Rafaela Regina Caldeira.

Divulgação

Rafaela relata que as famílias da ocupação ligaram dizendo que os guardas estavam fotografando, filmando, e chegaram a dizer que queriam adentrar o local. Por isso, um grupo saiu do acampamento e se dirigiu à escola. “Perguntamos o que eles queriam e disseram que estavam ali para fazer um levantamento, mas não explicaram de quê. Era um monte de policial armado”, aponta, destacando que depois uma viatura ficou na entrada do bairro. 

Ela relata que as três famílias ficaram bastante assustadas, mas a mobilização irá prosseguir. “Vamos nos manter no acampamento e não temos previsão de sair de lá enquanto o prefeito Lorenzo Pazolini [Republicanos] não nos receber”, reforça. As famílias que estão em frente à prefeitura, que incluem idosos, adultos e crianças, até agora não receberam, porém, qualquer sinalização nesse sentido da gestão de Pazolini.

Os acampados acionaram a Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), os mandatos das vereadoras de Vitória Camila Valadão (Psol) e Karla Coser (PT), e da deputada estadual Iriny Lopes (PT), que visitaram o local. O grupo quer garantias de que serão encaminhadas para um abrigo, conforme decisão da Justiça.
O juiz Mario da Silva Nunes Neto acatou o pedido da prefeitura de retirada dos moradores, com uso de força policial. Mas, como pré-condição, estabeleceu que seja garantido um local digno para abrigar as famílias, bem como seus pertences, por um período mínimo de seis meses. Já se passou um mês e a decisão ainda não foi cumprida. Ao todo, há 36 pessoas no acampamento. Desse total, 14 são crianças e duas são idosos.
Os integrantes da ocupação Chico Prego foram até a sessão da Câmara, também nessa segunda, em busca de diálogo com os vereadores. Durante a sessão, Camila Valadão, Karla Coser e Aloísio Varejão defenderam que a prefeitura receba as famílias acampadas. “Até hoje ninguém da gestão, coordenador, secretário, absolutamente ninguém foi lá conversar. Nunca vi uma gestão que não se propõe a estabelecer um diálogo. Quero cobrar que o prefeito possa atender as famílias que lá estão”, criticou Camila.
Aloísio Varejão afirmou que as famílias devem se organizar e que a gestão municipal deve ao menos receber uma comissão. Karla reiterou que os vereadores devem auxiliar na intercessão com a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos). “É o mínimo que pode ser feito, em um ano eles não foram recebidos. É descaso, falta de respeito gigante”, pontuou.
As famílias afirmam não se recusar a ir para um abrigo, e que, caso isso se concretize, darão prosseguimento à luta pela sua inclusão em programas habitacionais.

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