Censo confirma preocupação de Jardim Camburi com crescimento desordenado

O mais recente Censo Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES) confirma o receio dos moradores de Jardim Camburi, em Vitória, com a excessiva verticalização do bairro. Realizada em janeiro deste ano, a pesquisa registra 2.084 unidades em construção na região. Ao todo, são 3.649 unidades em construção em Vitória: ou seja, Jardim Camburi concentra mais da metade das unidades em construção - 57% - da cidade. São 1.700 unidades residenciais e 384 comerciais. 

 

A título de comparação, a segunda região com mais unidades em construção em Vitória é a que abrange os bairros Boa Vista e Mata da Praia, com 551.

 

Com cerca de 50 mil habitantes, que fazem dele o bairro mais populoso do Espírito Santo, Jardim Camburi há anos figura na liderança de unidades em construção nas pesquisas do Sinduscon-ES. A expansão verticalizada e mal planejada gerou maus efeitos, sobretudo no trânsito. A quantidade de carro superou a capacidade de absorção de tráfego das ruas. A região tem apenas três vias de entrada e saída - a Avenida Norte-Sul e as ruas Carlos Martins e José Celso Cláudio - que mostram sinais de exaustão, sobretudo nos horários de pico.

 

Por isso, há pelo menos dois anos os moradores se mobilizam para impedir a continuação do crescimento desordenado. Na reunião com a Prefeitura de Vitória para debater a revisão do Plano Diretor Urbano (PDU) da cidade, a principal proposta defendida foi a limitação da altura dos prédios a oito andares em todas as zonas, com a manutenção da legislação atual de afastamento frontal e lateral. 

 

Segundo o PDU aprovado em 2006. Jardim Camburi é basicamente dividida em Zonas de Ocupação Controlada (ZOC), onde, dependendo da região, se permitem edificações de até 20 andares.

 

Outras reivindicações são reserva de área para comércio de grande porte, já que os moradores reclamam do serviço oferecido pelos dois supermercados do bairro; obrigar oferta de duas vagas de garagem em empreendimentos com unidades residenciais acima de 60 metros quadrados; prédios com sistemas de reuso da água de chuva e utilização de energia solar; e oferta de 10% da quantidade de vagas de garagem para visitantes em empreendimentos com mais de cinco mil metros quadrados.