Escultura Os Maratimbas, em Nova Almeida, foi alvo de depredação
A Prefeitura da Serra, na gestão do prefeito Weverson Meireles (PDT), em resposta a Século Diário, afirmou que “está tomando todas as providências necessárias” diante do ato de vandalismo contra a escultura Os Maratimbas, localizada na Praça dos Pescadores, em Nova Almeida, há nove dias. Contudo, não entrou em detalhe sobre as ações realizadas.

“Assim que a ocorrência foi comunicada, uma equipe da Secretaria Municipal de Obras (Seob) foi enviada ao local para avaliar tecnicamente os danos e a Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur), responsável pela escultura, também acompanha o caso. A Prefeitura da Serra reforça que repudia veementemente qualquer forma de vandalismo contra o patrimônio público e cultural da cidade. Caso os responsáveis sejam identificados, serão adotadas todas as medidas legais cabíveis, conforme prevê a legislação vigente”, diz a nota.
A obra é de autoria do escultor Tião Fonseca, que registrou um Boletim de Ocorrência (BO). A escultura trata-se de um casal de pescadores, uma homenagem a esses trabalhadores. “Me choca muito uma violência contra um monumento. Sou serrano, fiz a peça pensando em nós, serranos”, lamenta o artista.

Tião chama atenção para o fato de que foi justamente a figura feminina a agredida na peça, já que ela foi derrubada. “Dá para perceber que entraram na canoa, quebraram os bancos e derrubaram a pescadora. Não dá para afirmar quem fez isso, qual o motivo. Fiz o BO porque foi a maneira que tive de me aliviar, de não ruminar. Agora é com a polícia”, diz o artista.
O escultor afirma que soube do ocorrido por meio da imprensa, não chegou a ver a obra depois de depredada e não sabe se a Prefeitura Municipal da Serra vai tomar alguma providência. Ele recorda que, para confeccionar a obra, foi preciso um processo de seis meses. De acordo com Tião, o monumento “foi feito com muito cuidado contra corrosão”, sendo majoritariamente de cobre e alumínio.

O artista rememora, ainda, que foi contratado por uma produtora para confeccionar a obra, com garantia de que haveria forma de proteção, como câmeras de videomonitoramento e presença da Guarda Municipal. Ele chegou a sugerir colocar um adro na obra, mas a ideia, afirma, era que as pessoas pudessem se aproximar para tirar fotos.
Tião aponta que, no Espírito Santo, é comum a depredação de monumentos. “Quero lembrar que no nosso Estado os monumentos são depredados. Tem outra peça minha, em inox, de cinco metros de altura, que está no Horto de Maruípe, e não está sendo cuidada. A última vez que eu vi estava pichada, no escuro, abandonada”, ressalta.