Quarta, 08 Mai 2024

A regra do jogo

Um bom advogado é uma arma do sindicato, mas aproxima-se o ano que terá duas importantes eleições sindicais – Metalúrgicos e Rodoviários – e um deles, o dos Rodoviários, já colocou as unhas de fora. Até fiquei preocupados porque o advogado da categoria é um dos mais respeitados dessa área sindical, porque não dizer até, um dos melhores do País.



A diretoria modificou o estatuto em 2008, em que os três pontos principais foram o aumento do mandato para cinco anos, o aumento do número de diretores para 50 e poder total para o presidente. O processo eleitoral fica, assim, todo a critério do presidente do sindicato.



Isso foi o que me deixou mais preocupados, por isso permitiu um dos vícios mais absurdos do processo eleitoral. Preocupa porque tendo um advogado desse quilate, deveria o causídico ter alertado para a irregularidades que poderiam acontecer com a mudança do estatuto. Não o fez, deixou o barco correr.



No último dia 6, foi lançando um edital de convocação para uma Assembleia Extraordinária, em um jornal do Estado, para tratar de modificações no processo eleitoral, imagine? É como mudar a regra do jogo, durante o jogo. A eleição é no ano que vem, podendo ser deflagrada a partir de 1º de fevereiro, ou seja, daqui a pouco mais de um mês.



Esperamos que com os Metalúrgico não tenha acontecido isso, porque lá havia comissão eleitoral para trabalhar as eleições. Esse é o mecanismo correto para garantir a democracia e a isenção durante o período eleitoral.



As centrais têm de entrar nisso. Não podem permitir que os sindicatos façam isso. Caso o sindicato não seja associado quem tem agir é o Ministério Público do Trabalho, que em 2008 fez vista grossa à mudança do estatuto dos Rodoviários. Ajudaram, inclusive, no processo de discussão das mudanças. Absurdo!



Essas coisas têm que ser vistas pela categoria na hora de escolher seus representantes e a oposição deve bater forte nessa tecla. O sindicato tem que trabalhar pela categoria e não pela manutenção do poder. Aí deixa de ser sindicato, passa a ser uma associação qualquer com objetivos de lucro, e aí perde o poder de representatividade social.



É hora dos trabalhadores abrirem o olho e fazerem com que o sindicato trabalhe por eles e não por si próprios.

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