Neste último semestre de 2013, devem se intensificar as movimentações dos atores políticos para a disputa estadual do próximo ano. O governador Renato Casagrande vem investindo na ideia de que vai montar um palanque neutro em relação à disputa presidencial.
Os elogios de Lula ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), balançaram o presidenciável socialista. Ele disse que isso não vai fazê-lo desistir de seus planos, mas sua candidatura à presidência não é uma questão irreversível. O PT ainda acredita que o socialista possa desistir em favor da reeleição de Dilma.
Isso facilitaria a movimentação do governador Renato Casagrande para atrair um dos principais atores de seu núcleo partidário. O senador Magno Malta (PR), que já vinha desconversando sobre o processo eleitoral no Estado, pode ficar sem legenda se realmente deixar o PR.
A desistência de Malta traria um alívio enorme ao governador e facilitaria o processo de retomada à unanimidade, já que o PMDB, do ex-governador Paulo Hartung ficaria mais tranquilo para negociar com Casagrande. A questão majoritária estaria então resolvida, já que a candidatura de Guerino Balestrassi (PSDB) parece ser mais para marcar o espaço do presidenciável tucano Aécio Neves do que para competir ao Palácio Anchieta mesmo.
Na proporcional, Casagrande também se movimenta. Mais uma vez cortou na carne para garantir a manutenção dos partidos em sua base, distribuindo as coligações de forma equilibrada.
A retirada de seu braço direito, Macaciel Breda, da presidência do PSB acalma a base, pois diminui a reclamação dos aliados que vão disputar a eleição no próximo ano, de que o socialista estaria aproveitando o posto para articular sua candidatura à Assembleia Legislativa, o que complicaria muito a já complicada configuração para a disputa proporcional do próximo ano.
Enfim, se há alguns dias a reeleição de Renato Casagrande estava por um fio por causa dos protestos e da pressão de bastidores pela pulverização de candidaturas ao governo, agora ele começa a pôr as coisas nos eixos e o sonho da reeleição começa a parecer menos distante. Mas ainda há muita água para rolar sob a ponte.
Fragmentos:
1 – Não dá para entender o descaso que os governos do Estado ao longo de sua história com sua própria comunicação. A pior situação é a da TVE. Funcionando em um prédio condenado há anos, em uma região perigosa de Vitória e com equipamentos do tempo do onça, os profissionais têm de cortar um dobrado para dar conta do trabalho.
2 – Recentemente o governo abriu concurso para servidores da RTV. Mas quem passar pelo certame ficará decepcionado ao assumir a vaga. Não é atrativo para ninguém.
3 – Será que o governo acha mesmo mais interessante investir em publicidade nas grandes emissoras de TV do que investir em seu próprio veículo.