Quinta, 02 Mai 2024

???Aulão???

Um mês após o primeiro protesto que ganhou as ruas do Estado, o governo Renato Casagrande ainda não conseguiu encontrar um ponto de equilíbrio para lidar com o atual momento protagonizado pelo povo. Não se dispôs ao diálogo, escolheu mal seus interlocutores e chegou tarde às redes sociais. A demora entornou o caldo de vez. De um lado, a população revoltada. Do outro, o governo tentando criminalizar o movimento para “miná-lo”, com o discurso do “vandalismo” e depredação do patrimônio público – já ganhou muitos adeptos. Perdido igual está o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Mas comparando as recentes declarações do secretário de Segurança de lá, José Mariano Beltrame, com o comandante do cargo no Estado, André Garcia (foto), há uma diferença e tanto. Beltrame trata a história com transparência, admite falhas, despreparo da tropa e dificuldades em lidar com um movimento híbrido e novo. Diz ainda que não há um protocolo para turba – justiça com as próprias mãos - e confusão, e que é preciso melhorar: “a solução não está nos extremos. É intermediária. Nossas ações têm que ser flexíveis”, pontuou à Agência Estado. Garcia, não, prefere o caminho mais fácil. Fecha os olhos para os excessos e quer mais é ver o circo pegar fogo. Para ele vale tudo, menos assumir o débito e validar a voz que vem das ruas. 
 
Sem saída
O fato é que o governo está evitando o inevitável. Vai ter que encontrar uma maneira de lidar com as mobilizações populares. Não há qualquer indicativo de que elas irão acabar. Quem está na rua, promete resistir. Não adianta fugir.
 
Sem saída II
E há também aqueles que começam a se colocar em outros espaços de discussão, como ocorreu na audiência pública sobre o aquaviário, na noite dessa quinta-feira (18). Predominou o mesmo tom de protesto. Restou ao secretário de Estado de Transportes, Fábio Damasceno, ficar com “cara de tacho”.
 
“Boas-vindas”
Somente depois do protesto, final da tarde desta sexta-feira (19), Renato Casagrande apareceu no Palácio Anchieta. Quem recepcionou os manifestantes logo cedo foi o BME. 
 
Passado
Interessante é que o governador não mente quando diz que tem passado marcado pelo diálogo. Mas desde que assumiu o poder, a história é outra.
 
Presente
Mais interessante ainda é que Casagrande não senta com o povo, mas com os empresários...todo dia é dia!  
 
A propósito...
Colocam arame farpado nas laterais da Terceira Ponte nesta sexta-feira (19). Governo do Estado e Rodosol.
 
Essência
Passada a ocupação da Assembleia Legislativa, o presidente Theodorico Ferraço (DEM) não tem mais motivos para fazer cena. Essa de querer ouvir do juiz Marcelo Loureiro, que mediou a audiência de conciliação com os manifestantes, que não descumpriu o acordo, e ainda responsabilizar os radicais pela depredação do auditório, é barca furada. 
 
Me engana...
O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) insiste em usar seu espaço de colunista em A Gazeta para posar de “messias” da educação. Desta vez,  “prescreve" receitas para a educação básica. Mas quando tinha a faca e o queijo nas mãos, não queria nem saber. Durante seu governo, o setor teve um desempenho medíocre. Mais uma herança maldita para Casagrande.
 
Nas redes
"Há jovens nas ruas quebrando porque há policiais batendo. Tirem os policiais, volta-se à normalidade. Essa é a forma de diálogo que Casagrande nos proporcionou”. (Protesto GV – no Facebook).
 
PENSAMENTO:
“A imprensa noticia o vandalismo, pois gera medo. O medo faz com que as pessoas fiquem em casa. Pessoas com medo não mudam o país”. Ricardo Boechat

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