Theodorico Ferraço (DEM) é realmente uma figura fascinante. Quando a classe política pensa que ele está por baixo, que desta vez Ferração não tem saída, ele vai lá e mostra que ainda tem muita lenha para queimar. Ferraço conseguiu que seus aliados apresentassem e aprovassem uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite que ele dispute novamente a presidência da Assembleia.
Derrotado no processo eleitoral, com seus aliados derrotados no Sul do Estado, alguns deputados começaram a questionar se seria uma boa ideia reeleger Ferraço, que a esta altura estaria pensando em sua sobrevivência política e de seus aliados derrotados. Logo um grupo pequeno foi formado, discutindo a Mesa Diretora, sem falar em nomes.
O tal grupo foi crescendo, hoje já teria quase 20 deputados, e entende que Ferraço não teria mais condições de negociar com o executivo em favor dos deputados, defendendo-os do rolo compressor palaciano. Diante das dificuldades que alguns parlamentares devem enfrentar em 2018 para garantir suas permanências na Assembleia, seria necessário um nome forte para comandá-los. Mas, quem?
O grupo achou que não era o momento de apontar nomes, que isso só deveria acontecer no fim de janeiro, para não atrapalhar as negociações. O problema é que alguns deles já começaram a se movimentar, pedindo votos de forma velada, o que pode desestruturar o grupo.
Enquanto isso, Ferraço mais uma vez faz um movimento e coloca o grupo em xeque. Sem combinar nada com ninguém, em meio ao clima de beija-mão dos deputados no governador, quase fez Hartung se engasgar ao cobrar de forma polida, mas bem direta, que a Assembleia na recebe nada em troca, embora dê tudo para o governo.
Foi como se ele dissesse: “Tem alguém aí no grupo de vocês que tem essa coragem?”. Agora, os deputados vão para o recesso com esse ponto de interrogação na cabeça. Ferraço diz que só será candidato se for um nome de consenso, o que também coloca os deputados contra a parede. Alguém tem dúvida que Ferraço é candidato? E como o grupo vai bater chapa com ele?
Fragmentos:
1 – O prefeito eleito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho (PSB), tem se encontrado com literalmente todas as lideranças políticas do Estado, no sentido de buscar agregar forças para seu governo. Ele já postou foto ao lado do ex-governador Renato Casagrande (PSB), do governador Paulo Hartung (PMDB), do adversário na disputa, Jathir Moreira (SD), e agora… de Theodorico Ferraço (DEM).
2 – A atitude da prefeitura de Vila Velha em relação ao Reveillon foi no mínimo controversa. Abriu 300 vagas nas orlas de Itapuã, Itaparica, Praia da Costa, Barra do Jucu e Ponta da Fruta, com várias exigências e cobrança de R$ 74,00 em taxas e, encerradas as inscrições, anuncia que não haverá queima de fogos.
3 – O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) garante que não vai votar em 2017 em projeto que retire direito dos trabalhadores. “Somos totalmente contrários à reforma da previdência, não vamos penalizar aqueles que desempenham um papel tão importante na construção do nosso País”, afirma.