Nesse domingo (22), a cúpula do PT decidiu quem seria seu candidato ao governo do Estado. Imediatamente, o deputado Roberto Carlos e agora pré-candidato passou a convocar a militância para atuar na candidatura própria do partido ao governo. Robarto Carlos fez o certo, cumpre seu papel ao chamar os correligionários para a disputa, mas não será tão simples.
Desde o início do governo Paulo Hartung, o PT que tinha a chancela de ser a oposição no Estado, se comportou de forma totalmente contrária à sua origem. Adotou uma postura pragmática, se afastou das ruas, calou os movimentos, tudo em favor da governabilidade do novo aliados, que deu ao partido, em contrapartida, muitos espaços.
O afastamento da rua é uma crítica que se faz dentro do próprio PT. E nos movimentos de algumas lideranças fica evidente que a movimentação não será unificada em torno da candidatura própria. Cada um seguirá o caminho que lhe parece mais acertado.
O pragmatismo no PT se evidenciou no Processo de Eleição Direta (PED), do ano passado, com as movimentações do ex-prefeito de Vitória João Coser para garantir o controle do partido. Quem elegeu Coser não foi a militância, mas a enxurrada de novos filiados com anuidade paga pelo grupo para votar.
Essa turma não mobiliza, não tem identidade com o PT. Roberto Carlos alerta, com razão, que não se sabe o que pode acontecer quando a militância vai para a rua, o problema é convencer a militância a adotar essa candidatura. De fato, a disputa do PT pelo governo, dependendo do poder de mobilização do eleitorado, tem o poder de levar a disputa para o segundo turno, mas a forma como o grupo de Coser conduziu esse processo e as movimentações anteriores em direção ao grupo de Paulo Hartung dificultam a crença no palanque petista no Estado.
Foi o mesmo grupo que queimou a candidatura de Iriny Lopes à prefeitura em 2012, acreditando em uma candidatura de Hartung que não se confirmou. Foi esse grupo que evitou a candidatura de Ana Rita à reeleição ao Senado para que não viesse a bater de frente com uma candidatura de Hartung, que também, até momento, não se confirmou. E mais uma vez foi esse grupo que se precipitou ao se aproximar do palanque ao governo de Hartung, acreditando que ele adotaria a candidatura de Dilma Rousseff, o que novamente, não aconteceu.
Fragmentos:
1 – O site Congresso em Foco catalogou 40 festas falsas marcadas para o próximo dia 5 de outubro, no Facebook para comemorar o fracasso da presidente Dilma Rousseff no caminho da reeleição. Os eventos fake viraram uma febre na rede social
2 – Os adversários também não escapam, embora os ataques sejam em proporção bem menor. Eduardo Campos não empolga nem os adversários e só tem um evento fake, chamando para a sua posse no dia 1º de janeiro.
3 – Esse é mais um exemplo de qual será o principal papel das redes sociais nesta eleição, mais do que funcionar como canal de comunicação entre candidato e eleitor, servirá para a atuação dos marqueteiros na construção de contrainformação.