Domingo, 28 Abril 2024

IA literária: avanços e críticas

A Inteligência Artificial (IA) está revolucionando o mundo da literatura, gerando debates acalorados na comunidade literária. Enquanto alguns a enxergam como uma ferramenta útil para aprimorar as habilidades dos escritores, outros a veem como uma ameaça à arte e à criatividade.

Um exemplo conhecido de IA aplicada à literatura é o programa GPT-3, desenvolvido pela OpenAI. O GPT-3 é um modelo de linguagem que utiliza uma rede neural capaz de processar e compreender a linguagem humana. Com 175 bilhões de parâmetros ajustáveis, é um dos maiores modelos de linguagem já criados, o que lhe confere notável capacidade de gerar texto coerente e relevante em diferentes estilos e contextos.

Escritores já estão utilizando a IA como uma ferramenta complementar em seus processos criativos, seja para gerar ideias ou encontrar inspiração. Sendo assim, os benefícios tecnológicos na produção literária são vastos e impactantes.

A IA aprimora a experiência de leitura ao oferecer recomendações personalizadas de livros com base nos hábitos dos leitores. Além disso, ferramentas de IA agilizam a revisão e edição, identificando erros e melhorando a gramática e o vocabulário dos escritores. Também desempenha importante papel na geração de conteúdo, auxiliando na criação de perspectivas inovadoras, enredos envolventes e novos personagens. Ela também simplifica a criação de capas e ilustrações para obras, beneficiando especialmente autores independentes.

No Brasil, o uso da IA na literatura ainda é incipiente, mas já existem iniciativas promissoras provando que, gradualmente, a inteligência artificial se integra à vida cotidiana. Na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o curso de Letras criou a empresa júnior Palimpsesto, que engloba uma editora, um núcleo de eventos acadêmicos e a Agência Curiosa. Sob a orientação do professor Orlando Lopes, a iniciativa busca recursos e parcerias para projetos envolvendo IA.

Enquanto isso, obras geradas por IA ocupam espaço nas prateleiras de livrarias ao redor do mundo, principalmente as virtuais da Amazon. Livros escritos por IA estão disponíveis em categorias diversas, como culinária, programação, jardinagem, negócios e autoajuda. No entanto, críticos apontam que essas obras são repletas de informações não confiáveis e erros, o que ameaça a qualidade e originalidade da literatura.

As críticas quanto ao uso da IA na literatura são diversas. Alguns acreditam que pode ser uma ameaça à criatividade humana, enquanto outros veem a tecnologia como uma forma de democratizar o acesso à literatura. Há ainda questionamentos sobre a qualidade dos textos gerados e a falta de originalidade.

Para o futuro, espera-se que a Inteligência Artificial continue a ser uma ferramenta cada vez mais presente na literatura. Sendo assim, é importante que escritores e a comunidade literária estejam atentos aos impactos do uso da tecnologia na arte da escrita, afinal, a literatura é uma forma de expressão humana única e valiosa, que deve ser preservada e valorizada.


Flávia Fernandes é jornalista, professora e autêntica "navegadora do conhecimento IA"
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