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Meros ensaios

A partir desta quinta-feira (8) os partidos políticos intensificarão a maratona de caça a deputados, que transforma o Congresso Nacional em um verdadeiro mercado, um leilão aberto que mexe com as composições partidárias nos estados.  
Até o dia 7 de abril, os deputados poderão trocar de partido sem o risco de punição, por força da chamada janela partidária, canal criado para o recebimento de recursos do Fundo Partidário. Quanto maior a bancada, mais recursos. 
O troca-troca repercute diretamente nas articulações para as eleições majoritárias  – Governo e Senado – cujos candidatos têm suas bases de sustentação exatamente em concorrentes a outros cargos que são puxadores de votos.
E aí o cenário assume diferentes tonalidades, que envolvem de um lado ideologia política e, de outro, interesses pessoais ou puro oportunismo para se manter no círculo do poder. 
Dentro dessa esfera, se movem os atores principais das majoritárias no Espírito Santo, notadamente o governador Paulo Hartung, a senadoras Rose de Freitas (MDB) e, bastante distante, o ex-governador Renato Casagrande (PSB), além do prefeito de Vila Velha, Max Filho (de saída do PSDB), que corre por fora da raia oficial. 
Em que pesem os esforços de todos, pouca coisa muda antes que estejam formalizadas as acomodações partidárias. 
Deve ser considerado, ainda, o fato que sem uma definição de Hartung, tudo o que acontece agora é mero balão de ensaio. 
Mesmo em baixa, consequência de três anos de arrocho fiscal imposto à população, o governador tem o controle da máquina pública. Neste ano, ele abriu o cofre aos prefeitos, pedindo pressa em gastar recursos da ordem de, no mínimo, R$ 1 bilhão.
Experiente, Hartung avalia onde irá pisar. Ele sabe que é o condutor do processo. 
Do lado oposto, ele tem pela frente o ex-governador Renato Casagrande e senadora Rose de Freitas, o primeiro, tímido, Rose, mais afoita, dá demonstração de força ao chamá-lo, abertamente, para o campo de batalha. 
No Estado, algumas mudanças já estão acertadas. Os deputados Givaldo Vieira troca o PT pelo PCdoB, por questões ideológicas, e Carlos Manato, admite a possibilidade de deixar o Solidariedade para acompanhar o presidenciável Jair Bolsonaro no PSL. Nos dois casos, pior para o governo.
As articulações incluem, também, os partidos “nanicos”, que se unem em um “blocão” para alcançar algum patamar, seja ele qual for, como parte da cena que se monta, mas que aguarda a definição por parte dos atores principais, com destaque para Hartung, que sabe que não pode perder, e isso o assusta. 

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