As definições eleitorais estão se encaminhando nesta reta final do período pré-eleitoral e qualquer movimentação equivocada ou precipitada neste momento é delicada, podendo alterar as relações já estabelecidas ou as que estão na iminência de acontecer. Por isso, as lideranças devem escolher muito bem o momento certo de mexer suas peças.
O problema é quando as peças se movimentam sozinhas. O comando das articulações não pode sair das mãos dos caciques de determinados partidos. Já que não há a tão aclamada democracia interna nos partidos que se denominam mais democráticos, com a aclamação de suas militâncias, não pode ter várias vozes no comando, cada uma tomando uma posição.
No palanque de Renato Casagrande, com quase 15 partidos em sua base, uma liderança que tenta antecipar as coisas ou pressionar pedindo espaço aqui ou ali põe em risco a frágil costura em um cenário previsto para ser tão acirrado.
Nestas horas, algumas lideranças se voltam para seus interesses, principalmente quem está em uma complicada eleição proporcional, com muitos candidatos puxadores de votos e pouco espaço para acomodação dos nomes colocados. Querem garantir os espaços e por isso pressionam e aí passam por cima do interesse do partido. Isso na pode.
Essa situação é mais um reflexo da prejudicial política de unanimidade construída no Estado em que as lideranças se colocam acima do interesse partidário, enfraquecendo suas agremiações no jogo político. Mesmo com uma abertura política, posta em prática desde o início do governo Renato Casagrande, muita gente ainda acha que vai definir suas candidaturas nos gabinetes.
Mas até o ex-governador Paulo Hartung vem encontrando dificuldades em conseguir costurar a partir desse modelo. Mas também não se vê um cenário em que os projetos partidários são postos à frente dos projetos dos principais nomes de cada partido. É só mais um sinal de que a política de unanimidade continua firme no Estado.
Fragmentos:
1 – Enquanto o PSDB decide seu futuro no Estado, o pré-candidato ao Senado Luiz Paulo Vellozo Lucas ajuda a fortalecer a candidatura de Aécio Neves, na Convenção Nacional do partido.
2 – Quem vê hoje o ex-governador Paulo Hartung e deputada federal Rose de Freitas andando juntinhos em Brasília e no Estado não acredita os problemas internos que os dois protagonizaram no PMDB em eleições passadas.
3 – Do encontro entre Paulo Hartung e Aécio Neves ficou a expressão: “amigos, amigos, negócios à parte”.