O ano está acabando e as lideranças políticas do Estado estão de olho na próxima eleição, que será em 2018. Por isso, a expectativa é de que 2017 seja um ano de muita observação e conversa. Muita gente disputando poucas vagas, muita influência e muito jogo de bastidores envolvidos.
A observação será sobre os movimentos de Brasília, que devem nortear as eleições. Há sempre resoluções a serem colocadas para as disputas. Sem conseguir se entender sobre as regras eleitorais, os políticos devem deixar mais uma vez para a Justiça Eleitoral a tarefa de disciplinar a disputa.
As conversas devem ser sobre as acomodações. O processo de 2016 deixou muita gente ansiosa para dar um passo à frente ou tentar dar o troco nas urnas na eleição estadual. Por isso, todo mundo vai querer se acomodar em partidos que ofereçam estrutura para garantir uma disputa confortável.
Tudo, porém, tem que ser feito com muito cuidado. O prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), deu exemplo logo após a eleição de como qualquer movimento antecipado pode colocar em risco as movimentações políticas futuras. Quando seu nome surgiu como possibilidade ao governo do Estado em 2018, sem sequer ter sido diplomado após a disputa à reeleição, o prefeito irritou o eleitorado e a classe política. Imediatamente, voltou atrás para evitar mais estragos.
Sobre acomodações, a maior expectativa da classe política é sobre o caminho a ser tomado pelo governador Paulo Hartung, que estaria disposto a deixar o PMDB para disputar seja lá o que for em 2018. O governador tenta se projetar nacionalmente, o que sugere que não disputará à reeleição, mas isso são conjecturas e só os movimentos políticos de 2017 é que vão definir.
Na cola dele, quem fica é Renato Casagrande (PSB), sempre disposto a uma revanche. Os dois devem travar algum tipo de disputa, direta ou por meio de seus aliados. O socialista, na planície, também precisa se fortalecer para chegar vivo politicamente em 2018. Como vai fazer isso, não se sabe.
Mas não é só nas disputas majoritárias que se darão as buscas de acomodações, muito pelo contrário, nas disputas proporcionais é que a coisa vai pegar mesmo. Deputados estaduais e federais irão defender suas cadeiras, brigando dentro dos seus partidos para conseguir um palanque confortável. Quem não se sentir confortável em casa, tem o ano todo para procurar um abrigo novo.
Fragmentos:
1 – Nos bastidores da Câmara de Vitória, os comentários são de que chegou até os ouvidos do prefeito Luciano Rezende que a candidatura do vereador Leonil – do seu partido, PPS – à presidência da Câmara teria influência do Palácio Anchieta. O novato teria chapa completa e o apoio de oito vereadores.
2 – Foi aí que surgiu a definição do partido pelo nome de Vinícius Simões, também PPS. Luciano Rezende teria entrado em cena para bancar a candidatura do aliado, que tinha somente o apoio de Luiz Paulo Amorim (PV), Wanderson Marinho (PSC) e Fabrício Gandini (PPS).
3 – O governador Paulo Hartung (PMDB) faz balanço de 2016 na manhã esta terça-feira (27). Só não vale perguntar até quando o salário do funcionalismo vai ficar em dia.