No centro da roda
A partir de hoje, o deputado Theodorico Ferraço(DEM), hipoteticamente, tem mais dois anos de presidência da Assembleia, que pode levá-lo à mesa de decisão da sucessão do governador Renato Casagrande.
Mas tratando-se de quem se trata, enrolado do jeito que está, para chegar à mesa da sucessão vai ter que safar-se da Derrama e de um lote de processos de improbidade. Na Derrama, o Ministério Público abriu asas sobre ele, já no Judiciário não há ninguém que possa evitar o julgamento das suas improbidades.
Essas probabilidades, para bem e para o mal, como se encaixam ao destino do Ferraço na presidência da Assembleia? Já que a Era dele, que hora se inicia, foi construída com os deputados estaduais e com o beneplácito do governador Renato Casagrande, que vê nele um futuro parceiro para sua reeleição.
Mas até aonde esses pilares de sua sustentação política resistirão? Uma Assembleia, que agarrou-se a ele, saberá conviver com um presidente condenado num processo de improbidade? Pois, por mais que Ferraço seja um ator político bem-sucedido, tanto que até o dia de hoje não conheceu ainda uma condenação judicial. E no ritmo que a Justiça toca os processos improbidade, ele pode ser alcançado dentro de pouco tempo. Como se comportarão os demais deputados que avalizaram Ferraço? Vão saber conviver com um presidente "ficha suja"?
Já o papel do governador Renato Casagrande está em conformidade com o seu plano da reeleição, acomodando as forças políticas para evitar surgir um competidor. Casagrande não tem nada a perder: Ferraço forte é bom para ele. "Ficha suja" estará fora do jogo da sua reeleição.
Nesse contexto todo, há de se considerar também a figura do ex-governador Paulo Hartung. Outro bom jogador político capacitado para se integrar à mesa que decidirá o candidato ao governo do Estado. Já faz algum tempo juntou-se ao Ferraço.
Esse dado do ex-governador não pode escapar numa hora em que Ferraço torna-se o centro de um processo político que diz respeito ao destino político do Espírito Santo.
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