Domingo, 05 Mai 2024

O pobre rico ES

Em sua entrevista a Século Diário  neste fim de semana, o cientista político Antônio Carlos Medeiros fez uma leitura que começa a ganhar corpo no mercado político capixaba: a necessidade de uma reflexão sobre as dimensões políticas, econômicas e sociais do Estado, fora do Espírito Santo. Na semana anterior, o especialista em políticas públicas, Roberto Garcia Simões já havia alertado para esse fato também.



No Ano que terminou, a bancada Capixaba passou por um de seus maiores desafios no Congresso Nacional e perdeu. A falta de entendimento dos deputados e senadores, foi um ponto visível nas discussões sobre as perdas dos recursos federais, que se desenrolaram em Brasília.



Diante do desempenho da bancada fluminense, deu vergonha de ver os congressistas capixabas batendo cabeça na questão dos royalties. E pior, depois que a vaca foi para o brejo na discussão do Fundap, alguns de seus membros vem à público para dizer que a presidente Dilma é quem tem de dizer o que tem contra o Espírito Santo. Faça-me o favor.



Bancadas menores, de regiões do país com índices de desenvolvimento bem piores que o Espírito Santo, conseguem se movimentar com o governo federal de uma forma muito mais eficiente do que a bancada capixaba, que insiste no discurso da vitimização, da discriminação com o Estado, mas não consegue explicar por que não consegue melhorar os índices sociais, já que os econômicos vão tão bem.



O discurso pregado por Paulo Hartung em seu governo, de que o Espírito Santo tem contribuído muito mais com o Brasil do que o Brasil com o Espírito Santo pegou. O ex-governador só se esqueceu de que foi o governo federal que o ajudou a sanear as dívidas do Estado, quando assumiu e recebeu antecipação de royalties.



No ano que começa, seria interessante uma reflexão sobre o papel que desempenhamos na federação, quais as prioridades do Estado e quais os projetos que temos para apresentar para fechar as lacunas que hoje existem no Estado.



Aliás, dinheiro para o Espírito Santo, existe. Mas a mesma desorganização que acontece na bancada capixaba, também acontece no Executivo. O Estado continua com projetos de 40 anos atrás, abrindo estradas, enquanto isso seus índices sociais só pioram. Enquanto o governo continuar trabalhando para uma parcela da população e não para toda a população, o Estado continuará no dilema de ser rico e ao mesmo tempo pobre. Culpa da política atrasada que domina o Estado nessa última década. Uma pena.

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