A decisão da Nacional do PT de que o partido deve deixar a base do governador Paulo Hartung imediatamente e ainda a possibilidade de intervenção no partido no Estado, coloca pressão sob os aliados do governador na sigla, especialmente sobre o presidente reeleito da legenda, João Coser, que não tem interesse em abandonar a barca do governador de imediato.
A probabilidade de algumas lideranças deixarem o partido para permanecer na equipe é grande. Muita gente aposta na desfiliação do secretário de Trabalho e Assistência Social, Carlos Casteglione, como fez o ex-prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski, ao ingressar na equipe do governo. Mas a principal questão é sobre Coser.
Ele deixou a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do para disputar a reeleição para a presidência do partido. Havia um claro interesse do governador Paulo Hartung, como aliado do petista de longa data, de assegurar Coser à frente da sigla. A relação de Hartung com o PT no Espírito Santo sempre foi muito forte.
Mesmo o governador sendo identificado como eterno tucano, tendo criticado algumas lideranças do PT, trabalhado nos bastidores para desidratar candidaturas petistas, como fez em 2012, com Iriny Lopes na disputa pela prefeitura de Vitória. Manter o controle do PT é importante para a unidade da base de Hartung e evitar enfrentamentos em áreas sociais, seu calcanhar de Aquiles.
Em 2014, com a candidatura de Roberto Carlos ao governo – que hoje não faz mais parte dos quadros do PT —, Hartung, além de evitar um confronto, ganhou um aliado nos debates. Se não fosse a candidatura de Camila Valadão (PSol), Hartung e Renato Casagrande (PSB) não teriam qualquer questionamento sobre suas gestões.
Com a disputa de 2018 batendo às portas, o governo vê a unanimidade diluída e a possibilidade de perder o apoio do PT, que embora esteja em viés de baixa nacionalmente, tem uma arma preocupante para Hartung. O partido controla boa parte do movimento sindical, que o governador quer ver bem longe das ruas.
Fragmentos:
1 – O deputado Esmael Almeida (PMDB), funcionário de carreira aposentado da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), foi à tribuna da Assembleia para defender a empresa que está sob fogo cruzado tanto com os deputados que querem investigar a empresa quanto com a prefeitura de Vitória, onde está o filé mignon da companhia.
2 – A deputada federal Norma Ayub (DEM) solicitou ao ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, a alocação de recursos para a contenção da extinção da Mata Atlântica no território nacional. Ela fez um discurso sobre o desmatamento com base nos dados da Fundação SOS Mata Atlântica. O desmatamento no Espírito Santo, entre os anos de 2015 e 2016, atingiu uma área de 330 hectares.
3 – O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) apresentou a Proposta de Emenda Constitucional, que altera o § 4º do art. 71 da Constituição Estadual, que trata da prestação de contas do Tribunal de Contas à Assembleia Legislativa.