Análise:???Tese Sobre um Homicídio???
Mesmo partindo da velha premissa de que todas as histórias já foram contadas, há ainda a forma de fazê-lo. Num mundo onde nada é novo e tudo se baseia num simples ato de Ctrl C/Ctrl V, o automatismo lingüístico segue o mesmo caminho, já sem refletir sobre o que está sendo dito.
E como usamos os mesmos padrões, acabamos repetindo clichês de uma sociedade hiperinformacional cujos principais produtores seguem ditando as regras no mercado pouco democrático. Mesmo com a internet, a diminuição do valor de produção, caímos nos mesmo problemas.
Tese Sobre um Homicídio, percorre um caminho conhecido nas tramas policiais: protagonista galanteador, inteligente e seguro de si e do crime. Dessa vez o único suspeito já é anunciado logo de início e, sem outro contraponto, somos forçados a acreditar em sua culpabilidade.
Roberto Bermudez (Ricardo Darín) é, além de investigador, professor de Direito. Em meio a classes, um homicídio é cometido e ele começa a investigar, supondo que um de seus alunos pode ser o principal suspeito. Com poucas provas e pouca investigação direta, resta ao protagonista tentar decifrar o motivo, mesmo que para isso possa escolher somente as pistas que lhe convêm.
Partindo da premissa que um só vê o que quer, e que a justiça está feita só para poucos, o filme desdobra-se num crime aparentemente banal que pode ganhar importância dependendo do espectador.
Se começa a pensar num mundo ideal, como teoremas e fórmulas que sempre têm um padrão e ocorrem de maneira precisa, um crime sempre é pensado em todos os detalhes. O filme deveria apresentar os mesmos conflitos, tudo sendo planejado para a perfeita execução da obra, mas nem tudo segue o caminho idealizado.
Com diálogos fúteis típicos de filmes policiais, a história recorre a visões subjetivadas do protagonista, em busca de motivos para ter razão. Repetições de flashbacks do assassinato utilizando uma câmera desfocada com filtros em desuso causam certo estranhamento, podendo aludir ao próprio gênero, mas que sobram na construção dramática.
Uma falta de compreensão acerca do personagem principal e de sua vida passada não permite uma melhor apreciação. Como maus casos de detetive, somente apresenta-se uma versão e de maneira previsível esta se desdobra em fatos comuns e recorrentes.
O jogo psicológico entre professor e aluno, entretanto, figura como um ponto de interesse, onde o conhecimento desloca-se para a quantidade de informação e não mais ao saber instituído. Nesse novo paradigma, quanto mais atualizado mais inteligente (a questão da decodificação dos dados é outra)
A direção de Hernán Goldfrid esbarra em problemas de continuidade e de roteiro, deixando ao possível suspense um ritmo que imprime certo interesse na história. A fotografia, assim como a música, não propõe grandes surpresas, percorrendo o filme de forma pontuada e prevista.
Ricardo Darín permanece fiel ao estilo detetive e leva o filme nas costas, mesmo não sendo seu principal papel.
Serviç
Serviço
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Tese Sobre um Homicídio (Tesis sobre um homicídio, Argentina, 2013, 106 minutos, 14 anos)
Cine Jardins - Shopping Jardins: Sala 1. 19h10.
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Comentários: 1
Achei péssimo! Puro clichê e previsibilidade! Juro que adivinhei umas 3 ou 4 cenas. Narrativa simplória e sem sustentação nenhuma. O pior filme argentino que ja vi! Enorme decepção.