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Apresentações de congo online marcam aniversário de Cariacica

Evento celebra reconhecimento de quatro novos bens como patrimônios históricos materiais e imateriais

Nesta quarta-feira (30), Cariacica completa 130 anos de fundação. Diante do panorama da pandemia de Covid-19, não haverá atividades presenciais, porém, uma tradição anterior à emancipação do município vai marcar a data com apresentação de vídeos online.

As celebrações pela internet acontecem nos dias 29 e 30 de dezembro e vão lembrar os festejos do Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D’ Água, na região rural de Cariacica, com exibição nas redes sociais da prefeitura e na TV educativa do município.

O Carnaval de Congo, manifestação única do local que inclui cortejo, missa campal e encontro das bandas de congo, ocorre tradicionalmente em abril e existe há cerca de dois séculos, mas este ano teve que ser suspenso por conta da pandemia. Diante da paralisação, uma equipe do projeto “Mascarados – O Congo de Roda D’Água e o João Bananeira”, de Zalem Ramiro, que recebeu recursos da lei municipal de incentivo à cultura, registrou apresentações e entrevistas com as bandas de congo de Cariacica, que serão apresentadas nas redes.

Além dos vídeos sobre o congo, durante os dois dias de comemoração também será transmitido o II Seminário de História, Memória e Cultura de Cariacica, que foi gravado reunindo especialistas no Centro Cultural Frei Civitella. No primeiro dia serão abordados elementos históricos importantes do patrimônio cultural da cidade, tendo como convidadas Thays Ferreira, coordenadora de Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultural (Semc), e Patrícia Merlo, historiadora e professora da Universidade Federal do Estado (Ufes). No segundo dia, os convidados são o mestre Alcemir Ferreira, da Banda Mirim Mestre Tagibe, e Filipe Oliveira da Silva, mestre em História e representante de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-ES).

No mesmo dia da realização da gravação do seminário, que será transmitido pela primeira vez, Cariacica efetivou o registro e tombamento de quatro bens como patrimônios históricos materiais e imateriais. Dois deles referentes justamente à tradição congueira do município: o próprio Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D’ Água como um todo e a figura do João Bananeira, personagem central nessa festividade, que possui máscara típica feita com papel machê e roupa feita com tecido de chita e coberta por folhas de bananeira.

Os outros dois bens que foram tombados são o Centro Histórico Eduartino Silva, em Cariacica Sede, prédio que abrigou a primeira prefeitura e Câmara de Vereadores do município e que está em processo de restauro, e o sítio histórico de Pedro Fontes, que inclui um complexo arqueológico e um complexo onde foram internadas pessoas com hanseníase.

Saiba mais sobre cada um desses patrimônios abaixo:

Divulgação

Centro Histórico Eduartino Silva: fica em Cariacica Sede e é um prédio que abrigou a primeira Prefeitura e Câmara de Vereadores de Cariacica, datando de 1890. Hoje está revitalizado, possui uma biblioteca comunitária, um telecentro e um espaço para pequenas apresentações artísticas no pavimento superior. O Centro Histórico também será totalmente restaurado em 2021, com recursos já captados pela Secretaria Municipal de Cultura (Semcult).

Divulgação

Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D’ Água: o carnaval de congo remonta ao século XIX e é a mais tradicional da cultura popular na cidade com missa campal, cortejo com imagem de Nossa Senhora da Penha e as apresentações das bandas de Congo de Cariacica e de outras localidades do Estado, tudo acompanhado pelo brincante João Bananeira e demais mascarados.

Claudio Postay

João Bananeira: esse personagem participa de todos os carnavais de congo de máscaras. Tem o seu corpo todo coberto por uma saia feito de folhas secas de bananeiras, usa uma máscara de papel machê feita com técnica tradicional costurada em um chitão colorido e não revela a sua identidade durante o evento.

Sítios históricos e arqueológicos de Pedro Fontes: na localidade de Padre Mathias, compondo a capela, o cemitério e parte do território onde já foram encontrados vestígios de sambaquis. O complexo de Pedro Fontes é parte de uma história triste da cidade em que ocorreram internações compulsórias de pessoas com hanseníase (doença chamada de lepra), afastando essas de seus familiares e gerando a exclusão social de famílias inteiras.

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