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Grupo capixaba vai apresentar peça sobre Violeta Parra no Chile

Mais: quem foi Violeta Parra; livro feito com bordados; e animações infantis gratuitas

O Grupo Tarahumaras, do Espírito Santo, é presença confirmada no XI Enfetela – Encuentro Festival Teatro Latinoamericano, que acontece de 11 a 20 de janeiro, em La Granja, na Cidade de Santiago, no Chile. Levará a peça teatral Violeta de los Andes, que conta a trajetória da cantora chilena Violeta Parra. O espetáculo já havia sido apresentado em janeiro deste ano, dentro da programação do VIII Enfetela, nas escolas das periferias de Santiago. Agora, será no palco principal.

Divulgação

O Festival, informa o coordenador do Grupo Tarahumaras, Wilson Coelho, é realizado em comunidades periféricas da capital chilena. Trata-se de “uma resistência ao teatro comercial” e de ir na contramão da frase que diz que “o artista tem que ir onde o povo está”. “A frase alimenta a ideia que o artista é um ser superior, mas a gente defende a crença no artista povo, do povo fazendo arte”, defende.

Quem foi Violeta Parra

Violeta Parra foi cantora, compositora, artista plástica, ceramista, pesquisadora do folclore chileno, considerada fundadora da música popular de seu país. Com habilidades tão diversificadas, teve uma trajetória marcada por muitos feitos no campo da cultura. Gravou seu primeiro disco em 1949.

Quem foi Violeta Parra II

Poucos anos depois, começou a estudar as raízes folclóricas chilenas, tornando-se uma importante pesquisadora de ritmos, danças e canções populares, chegando a catalogar cerca de 3 mil canções tradicionais. Algumas delas foram publicadas no livro Cantos folclóricos chilenos e gravadas no LP Cantos campesinos. Violeta Parra fundou, em 1958, o Museu Nacional de Arte Folclórica Chilena. Em 1963, se consagrou como a primeira artista latinoamericana a ter uma exposição individual no Museu do Louvre.

Por que Violeta Parra?

A escolha de Violeta Parra para ser retratada na peça, conta Wilson, foi pelo fato de ela ser uma “artista do povo”, “uma mulher resistente, revolucionária”. Com essas características, acredita o coordenador do Grupo Tarahumaras, se ela não tivesse se suicidado em 1967, teria sido morta pela ditadura de Pinochet, que teve início em 1973. Wilson aponta que Violeta Parra era “mãe da nova canção chilena”, encabeçada pelo cantor Victor Jara, também chileno, que era discípulo da artista.

Semelhança com a música brasileira

Wilson Coelho destaca que vê semelhanças entre a obra de Violeta Parra e a música caipira brasileira. Porém, não a música caipira “de corno, do breganejo”, mas a que trata da vivência do camponês, como as de Pena Branca e Xavantinho e Milionário e José Rico. “O ser humano não está afastado da natureza. Isso está na música da Violeta, isso está no caipora nosso”, aponta.

Livro e bordado

Divulgação

Falar de Violeta Parra é lembrar também da arpillera, técnica têxtil criada por bordadeiras de Isla Negra, no litoral do Chile. A arte fruto dessa técnica era feita de retalhos e sobras de tecidos bordados, sendo fonte de sobrevivência e também meio de expressão contra a ditadura. No Espírito Santo, mais precisamente em Cariacica, mesmo não sendo arpilleras, um grupo de mulheres destaca com os seus bordados, que compõem, junto com poemas o livro Mulheres que Bordam suas Histórias.

Livro e bordado II

O livro foi feito por estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Paiva, no bairro São Geraldo. O projeto foi iniciativa da professora e escritora Andrea Espindula, que o idealizou após conhecer o livro Meninos do Rio Doce, de Ziraldo, ilustrado com bordados. Para a produção da obra, Andrea fez um questionário a ser respondido pelas alunas, com perguntas como onde nasceu, como foi a infância, quais são seus sonhos, seus projetos para o futuro. Com base nas respostas, fez uma poesia para cada aluna. As alunas, então, as ilustraram com um bordado, que foi digitalizado para o livro.

Livro e bordado III

Divulgação

Os bordados, relata Andrea, trazem muitas histórias. Uma delas é de dona Josina, que retrata a sua família. Também há a de uma aluna que ficou viúva cedo, mãe de quatro filhos, muito religiosa, que bordou ela, os filhos e uma mão embaixo, simbolizando a mão de Deus os amparando. Outra estudante externou que sua infância na roça foi muito difícil, e recordou isso bordando o pilão para moer milho. “Elas foram libertas de muitas feridas escondidas”, diz Andrea. O livro custa R$ 49,00 e pode ser adquirido diretamente com a professora pelo WhatsApp (27) 99970.6998.

Socorro, Jundu!

Na coluna passada, sobre os capixabas que marcaram presença na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no Rio de Janeiro, um dos destaques foi a capixaba de coração Paula Cavalari, que lançou o livro Socorro, Jundu!, que se passa na praia de Coqueiral de Aracruz, em Aracruz, norte do Estado. Pois bem, agora ela retorna para a coluna porque a animação de seu livro foi disponibilizada gratuitamente no YouTube. Assim como o livro, que é bilingue, a animação tem uma versão em português e outra em guarani.

Memórias de Mirim

Duvulgação

Quem também foi para Paraty, desembarcou na coluna passada e retorna esta semana é a escritora e ilustradora Michele Boldrini, que lançou na Flip Memórias de Mirim, ilustrado por ela mesma. Neste domingo (27) ela lançará a obra na comunidade de Regência, em Linhares, com apresentação das bandas de Congo Mirim de Regência, de Povoação e de Areal. Assim como Socorro, Jundu!, o livro de Michele está disponível em animações disponibilizadas gratuitamente no YouTube. Uma versão é com libras e a outra com audiodescrição.

Dia Internacional da Animação

Nesta segunda-feira (28), inclusive, é comemorado o Dia Internacional da Animação. Em Vitória, haverá uma sessão gratuita promovida pelo Instituto Marlin Azul, às 20 horas, no Cine Jardins, em Jardim da Penha. A Mostra Oficial é integrada por uma hora de filmes brasileiros vindos dos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco e por uma hora de filmes estrangeiros provenientes da Argentina, Suíça, Canadá, Israel e Colômbia. A Mostra Nacional, não recomendada para menores de 14 anos, e a Mostra Internacional, não recomendada para menores de 10 anos, são direcionadas trazem aos públicos jovem e adulto.

Até a próxima coluna!

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