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Manifesto cultural será apresentado a candidatos à prefeitura de Vitória

Fabrício Gandini será o primeiro a receber propostas da Frente Capixaba de Artistas e Produtores Culturais

Em tempos de retrocesso a nível nacional no âmbito da cultura, artistas e produtores lançaram o manifesto Capital da Cultura, principalmente a partir de articulações na cidade de São Paulo. O movimento se ampliou para outros estados, e o Espírito Santo é um dos que vai lançar uma versão local do documento, que deve ser apresentado aos candidatos a prefeito de Vitória.

“A gente está vivendo um momento delicado no país politicamente falando, de obscurantismo, de um flerte muito grande com a censura, ataques diretos ao setor cultural”, declara o produtor cultural Bruno Lima, um dos articuladores da iniciativa no Espírito Santo. “Identificamos a cultura como eixo estratégico, central. Viemos sofrendo nessa crise agravada com a pandemia, mas que desde antes já vinha por meio de uma política ultraconservadora e neoliberal, na contramão do desenvolvimento e do progresso, que reflete em aspectos econômicos e sociais, aponta.

A primeira agenda do grupo já está marcada para esta quinta-feira (15) com o deputado estadual Fabrício Gandini, candidato a prefeito de Vitória pelo Cidadania, que receberá uma comitiva de artistas e produtores em seu comitê para conhecer as propostas e debatê-las. A equipe está em contato com outros candidatos para agendar encontros.

“Esse movimento nas eleições é fundamental, inclusive porque aproveita que há um momento de disputa nas cidades, e isso exige um compromisso daqueles que têm interesse em captar a cultura para dentro do seu plano de governo”, diz Bruno Lima.

O manifesto se coloca como um programa que enfrenta o obscurantismo e coloca a cultura como elemento para diminuição das desigualdades e formulação de estratégias de desenvolvimento. O documento tem 10 eixos, classificados como “movimentos”: calendário integrado, difusão cultural, pertencimento, memória, formação, incentivo, fomento, novo modernismo, reconhecimento e gestão.

Bruno destaca que ao pensar em “novo modernismo”, a carta faz referência ao movimento cultural surgido na Semana de Arte Moderna, que completará 100 anos em 2022, porém com a ideia de uma perspectiva mais plural, com destaque para a produção cultural das periferias ao invés do olhar mais elitista de 1922.

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