Terça, 14 Mai 2024

???O Sonho de Wadjda??? chega para quebrar paradigmas

???O Sonho de Wadjda??? chega para quebrar paradigmas
O Sonho de Wadjda seria uma produção cinematográfica marcante só pelo simples fato de ter sido a primeira gravada por inteiro na Arábia Saudita. Ela, porém, vai além e aponta o dedo na cara do país, ao trazer o nome de Haifaa al Mansour, uma mulher saudita, na direção do filme.
 
A cineasta demonstra na narrativa o contexto de opressão que a mulher vive no país – e o enredo tem a presença da pequena Wadjda, personagem da estreante Waad Mohammed, de apenas 12 anos.
 
A história se passa na escola de Wadjda, local em que ela é reprimida por atitudes banais para quem vive no Ocidente: andar de tênis, ao invés de utilizar sapatos pretos, por exemplo. Além disso, ela não se recolhe para dentro do prédio com rapidez quando homens se penduram nos altos muros da escola para observar.
 
Ler revistas é outra prática considerada como um pecado, dentro da escola. A personagem não liga muito para essas situações, pois em casa, ao que parece, goza de uma certa liberdade – por isso age de tal modo.
 
Ainda assim, a mãe (Reem Abdullah, conhecida atriz de TV saudita), está enfrentando seus problemas com o marido: ela não conseguiu dar-lhe o tão desejado filho homem e nem quer abrir mão de sua profissão, como professora, para uma nova tentativa – e isso faz com que sua sogra articule uma segunda esposa para seu cônjuge.
 
A produção não estimula a convivência entre os sexos, Wadjda tem em um menino o seu melhor amigo. Abdullah é invejado pela menina por um motivo: ser proprietário de uma bicicleta. Objeto proibido para mulheres, já que aquela sociedade acredita que possa colocar em risco a virgindade feminina.
 



A garota não se importa com isso e persiste em sua vontade: ignora a proibição e pensa em juntar dinheiro para comprar o transporte em duas rodas. O esforço que tem que fazer para realizar seu desejo é entrar para um grupo de estudo religioso na escola, assim ela visa conhecer o Corão, livro sagrado para os mulçumanos, e se preparar para um concurso que rende uma boa quantia em dinheiro.
 
Além do investimento saudita, os alemães, com participação das comissões de cinema de países muçulmanos mais liberais – como a Jordânia – e também do Sundance Institute e do Hubert Bals Fund, ligado ao Festival de Roterdã, investem no filme que transpassa a ideia politicamente correto.
 
O filme é endossado por premiações em festivais como Veneza, Roterdã e Abu Dhabi, todas em 2011.
 
Serviço
O Sonho de Wadjda (Wadjda, Arábia Saudita/Alemanha, 2012, 98 minutos, Livre) 
 
Cine Jardins - Shopping Jardins: Sala 1. 19h15.

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