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‘Queremos um Estado com mais justiça e menos desemprego, morte e pobreza’

Marcha vai denunciar ausência de políticas públicas, crime da Samarco e atentado a escolas

Com o tema “Quando houver justiça, não haverá fome”, a tradicional Marcha pela Vida e Cidadania, realizada pela Pastoral Operária da Arquidiocese de Vitória com apoio de dezenas de outras entidades da sociedade civil organizada, chega à sua 24ª edição no próximo 1º de maio, Dia do Trabalhador. O ato vai levar para as ruas a realidade do povo capixaba e reivindicar políticas públicas. “Queremos um Espírito Santo com mais justiça e menos desemprego, morte e pobreza”, ressalta a agente da Pastoral Operária, Kátia Mariano.

A concentração será às 8h, na comunidade católica Nossa Senhora das Graças, em Cangaíba, Cariacica. Os manifestantes passarão pelo bairro Santo Antônio e finalizarão a Marcha na comunidade São Pedro, matriz da Paróquia Cristo Rei, em Campo Verde, no mesmo município. O tema deste ano dialoga com o da Campanha da Fraternidade, que é “Fraternidade e Fome”. “Fazer justiça é dar para todos as mesmas condições não somente de alimentação, mas também de moradia, mobilidade urbana e tantos outros direitos”, afirma Kátia.

Alguns dos casos recentes ocorridos no Espírito Santo, afirma, mostram o quanto o Estado precisa avançar no que diz respeito à justiça. Um deles é relacionado às pessoas em situação de rua. Kátia destaca a sanção da Lei nº 6.803, por parte do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), que proíbe a circulação dos carrinhos movidos por propulsão humana utilizados na coleta de resíduos em determinados espaços da cidade, havendo penalidades em caso de descumprimento, como multa e apreensão do carrinho.

Ela também pontua a necessidade de reparação para as vítimas do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, crime cometido em novembro de 2015 pelas mineradoras Vale, Samarco e BHP Billinton. Kátia aponta que a Marcha irá fazer memória do crime ambiental e reivindicar a reparação dos danos sociais, ambientais e econômicos causados.

Quem também serão lembradas são as vítimas dos atentados em duas escolas de Aracruz, norte do Estado, em novembro passado. Elas serão homenageadas, além de se exigir que o governo Renato Casagrande (PSB) dê assistência a toda a comunidade escolar.

A Marcha será dividida em quatro blocos: direitos trabalhistas, direitos humanos, direitos sociais e meio ambiente. No primeiro, estarão a Pastoral Operária, centrais e sindicatos que representam diversas categorias. No segundo, entidades como o Movimento Negro, Fórum Igrejas e Sociedade em Ação e a Campanha Paz e Pão, da Arquidiocese de Vitória.


Entre as organizações que estarão no bloco de direitos sociais, estão o Fórum de Mulheres, coletivo Educação Pela Base, as demais pastorais sociais e entidades sindicais que representam categorias da área da saúde, como o Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfermeiros). Por fim, no bloco de meio ambiente, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).

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