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Fapes lança 2ª edição de edital com premiação para mulheres cientistas

As pesquisadoras Rosely Silva Pires e Mariana dos Santos Cezar foram algumas das premiadas na 1ª edição do edital

Mulheres cientistas têm até 20 de fevereiro para se inscreverem no Edital 21/2023 – Mulheres na Ciência, que está na 2ª edição e é exclusivo para pesquisadoras capixabas. O edital foi lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), com um investimento no valor de R$ 5,3 milhões e previsão de contemplar cerca de 50 propostas de pesquisa, que devem ser enquadradas em uma das 8 grandes áreas do conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

As áreas são Ciências Exatas e da Terra; Ciências Biológicas; Engenharias; Ciências da Saúde; Ciências Agrárias; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas; Linguística, Letras e Artes. Para se inscrever, a candidata deve se enquadrar em uma das três faixas apontadas no edital. A faixa A é exclusiva para coordenadoras de pesquisa com título de mestra. A B, para doutoras com título obtido há no máximo 10 anos. A C, para coordenadoras Doutoras com título obtido há mais de 10 anos.

Há valores máximos a serem destinados para projetos de cada faixa. Na A, é R$ 60 mil. Na B e na C, são, respectivamente, R$ 120 mil e R$ 160 mil. O primeiro edital do Mulheres na Ciência foi lançado em junho de 2022, com investimento bem menor do que o atual, que foi de R$ 1,5 milhão. Ao todo, 72 propostas foram submetidas, sendo 45 projetos contratados. Na ocasião, a iniciativa foi comemorada pela Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC).
Mariana dos Santos Cezar, professora do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), foi uma das pesquisadoras que tiveram projeto aprovado no primeiro edital. Ela está desenvolvendo junto a estudantes do curso de Edificações do campus de Nova Venécia, extremo norte do estado, a pesquisa Matemática é com elas: fomentando a participação e o protagonismo feminino no Ensino Médio, que tem como objetivo fomentar a participação e o protagonismo feminino de alunas dessa modalidade de ensino na área de Matemática.
A professora explica que a pesquisa não se trata de conteúdos matemáticos, e sim, abarca a representação da mulher na sociedade, com reflexões sobre a história das lutas das mulheres. “Sempre se viu o homem no posto de inteligente, intelectual, com mais aptidão para a matemática. As mulheres não são incentivadas nem vistas como capazes de atuar na área”, diz Mariana, recordando, por exemplo, que somente em 1827 foi permitido às mulheres estudar nas escolas secundárias, ainda assim, com restrições a disciplinas consideradas masculinas, como a matemática. Em 1879, ao público feminino foi possibilitado o ingresso na universidade.
Outra pesquisadora contemplada no primeiro edital foi Rosely Silva Pires, coordenadora do Programa de Extensão e Pesquisa Fordan, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O projeto desenvolvido por ela culminou na criação de uma nova ferramenta para o combate à violência contra a mulher e prevenção ao feminicídio, lançada em setembro de 2023: um aplicativo gratuito.
No aplicativo foi projetada uma tela inicial no com a frase “Você não está sozinha”. Com base nas informações inseridas, como religião, identidade de gênero, orientação sexual, deficiência física e ainda se pertence a uma comunidade quilombola ou alguma aldeia indígena, a ferramenta gera um banco de dados com um mapeamento completo sobre quais mulheres estão enfrentando dificuldades com medidas protetivas, quais boletins de ocorrência não estão sendo devidamente registrados.
O aplicativo permite, ainda, agilizar a denúncia de violência sofrida sem ter o desgaste emocional de se dirigir à delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. Outras facilidades estão no fato de poder pedir medida protetiva urgente e pedido de pensão alimentícia. Nos casos urgentes de violência, o aplicativo oferece a possibilidade de a mulher poder acionar a função “chamar a polícia”, em que pode ser ligado o localizador do celular para facilitar a localização da vítima.

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