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Professores pedem por assembleias para decidir sobre retorno às aulas presenciais

Reabertura das escolas públicas dará apenas mais 20 dias letivos este ano. Petição recolhe assinaturas até sexta-feira

Mais uma vez os professores das redes públicas capixabas pedem para que a entidade que os representa, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), convoque assembleias virtuais nos municípios e na rede estadual para que a categoria decida sobre a realização de uma greve em protesto à autorização dada pelo governo do Estado para retorno das aulas presenciais a partir do dia 13 de outubro.

Uma petição com esse objetivo foi aberta nessa segunda-feira (5) e colherá assinaturas até a próxima sexta-feira (9), com pedido de assembleias até o dia 15 de outubro, dia da professora e do professor. 


A iniciativa é resultado “da omissão e do silêncio do Sindiupes perante a sua base”, afirma Swami Cordeiro Bérgamo, do Coletivo Resistência e Luta Educação ES, ressaltando que o estatuto do sindicato permite a realização de assembleias virtuais em situação extremas como a pandemia de Covid-19, tendo sido essa a forma de mobilização e decisão de várias categorias profissionais no País.

“A gente sabe que os protocolos não podem ser cumpridos com o rigor necessário, reafirmamos isso. As condições didático-pedagógicas e materiais das escolas não possibilitam isso. É ridículo! Gastou-se mais de R$ 12 milhões para comprar adesivos, álcool em gel, máscara, para sinalizar o chão, isso é insuficiente. Tem uma série de protocolos que não serão possíveis de ser cumpridos, a gente sabe disso”, expõe, ressaltando as dificuldades do dia a dia do educador, que terá que falar por oito horas ou mais por dia com máscara. “As máscaras vão ser trocadas quantas vezes? E a vestimenta? E o espaço para trocar essa vestimenta? E o tempo de aula?”, questiona.

Cálculo feito pelos coletivos aponta que, no sistema de rodízio estabelecido pelo governo do Estado, com a entrada gradual de cada etapa de ensino, dividida em dois grupos que se revezam entre aulas presenciais e não presenciais, serão apenas vinte dias letivos para cada turma até o final de 2020. “Então qual é a finalidade de fato pedagógica?”, pergunta.

“O próprio governo decidiu que não vai haver retenção, reprovação, a não ser aquele aluno que por talvez grande dificuldade de exclusão, problemas sociais, esteja fora do sistema digital. Por que não foi investido esse dinheiro para buscar esses alunos? Equipar, garantir condições materiais para esses alunos?”.

“Queremos decidir e dar o direcionamento como órgão deliberativo e administrativo do Sindiupes, que é a assembleia”, afirma. “Uma das finalidades do Sindiupes é exatamente garantir os direitos, lutar pelo que é de interesse da categoria e da população brasileira”. “O ano letivo se recupera, o aprendizado se recupera, mas as vidas, não”, argumenta.

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