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Aliados do prefeito vão comandar CPI do Lixo na Câmara de Aracruz

A Câmara de Vereadores de Aracruz definiu os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os contratos de limpeza pública do município. Dos seis nomes escolhidos nenhum faz parte do bloco de oposição ao prefeito Jones Cavaglieri (SD). Sob o comando da base governista, as investigações vão mirar os contratos assinados desde 2013, portanto, antes de atual administração. Antes, a oposição havia tentado direcionar, sem sucesso, a apuração sobre o contrato mais recente, firmado sem licitação pelo atual prefeito e alvo de polêmicas.
 
Ficou definido que o presidente da CPI será o vereador Fábio Netto (PCdoB), tendo como relator Celson da Farmácia (PRB). Os integrantes da comissão serão: Marcelo Nena (PSL), Lula (PRTB), Adeir (PTB) e Carlito Candin (PRP). Todos fazem parte da base aliada do prefeito no Legislativo. Nenhum integrante do bloco de oposição quis participar da CPI, cuja sugestão partiu da Mesa Diretora após a divergência sobre o objeto da investigação.
 
Os vereadores Alexandre Manhães (PMDB), Mônica Cordeiro (PDT), Dileuza Marins (PSB) e Romildo Broetto (PV), todos líderes de suas bancadas na Casa, poderiam indicar nomes da Comissão, mas renunciaram a sua participação. Mônica por razões médicas e Romildo por composição com as demais lideranças.
 
Ao todo, foram apresentados três pedidos de investigação sobre o serviço de recolhimento de lixo. O primeiro veio da oposição e foi definitivamente arquivado. Já o segundo pedido, aprovado pelos vereadores, propõe uma investigação mais ampla, o que pode retirar o foco exclusivo nas denúncias sobre o contrato em vigor com a SA Serviços de Limpeza e Soluções Ambientais – que também está na mira hoje do Tribunal de Contas e do Ministério Público. A empresa foi escolhida no início da atual gestão em um processo controverso de seleção, realizado antes mesmo do fim do vínculo com a Corpus Saneamento e Obras Ltda.
 
Por isso, a CPI deve avançar sobre o contrato anterior com a Corpus, rescindido sob justificativa de que a empresa não estaria cumprindo algumas exigências do contrato. O contrato anterior tinha o valor mensal de R$ 1,64 milhão, enquanto a SA Serviços recebe R$ 2,49 milhões por mês pelo mesmo serviço. O prefeito afirmou que o governo realizará um procedimento licitatório antes mesmo do término do contrato emergencial em 180 dias.

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