Segunda, 29 Abril 2024

Mãe de ciclista morta em atropelamento denuncia impunidade e pede por justiça

luisa_leonardo_sa-5788 Leonardo Sá

Passados cinco meses da morte por atropelamento da modelo Luísa Lopes, sua mãe, a professora Adriani da Silva, fez um desabafo nas redes sociais devido à falta de esclarecimentos da Justiça diante do caso. Luísa andava de bicicleta na Avenida Dante Michelini, em Vitória, quando foi atropelada pela corretora de imóveis Adriana Felisberto, que estava com sinais de embriaguez. O atropelamento aconteceu em 15 de abril deste ano.

"É uma coisa que não gostaria de estar lembrando, mas, como mãe, tenho que lembrar sempre. Não posso deixar que um assassinato, que esse crime que foi cometido, caia no esquecimento, apesar da dor que sinto até hoje", desabafa a mãe. Adriani também recordou em sua postagem a frieza da mulher que atropelou sua filha. "A preocupação dela era com o carro, ela não sabia o que fazer na segunda com o carro na situação que estava", aponta.

A professora destaca que a mulher que cometeu o crime estava embriagada e que sua luta por justiça não é somente por Luísa e seus familiares, mas também por outras vítimas de acidente de trânsito e suas famílias. Um pouco mais de um mês após o atropelamento, Adriani lamentou a falta de assistência por parte do poder público. "Em nenhum momento, fui chamada por ninguém, nem pelo Detran [Departamento Estadual de Trânsito]. Ninguém me perguntou se eu precisava de alguma coisa, se eu precisava de um atendimento psicológico. Nós, familiares, ficamos desamparados, desorientados", ressalta.

A afirmação foi feita em 30 de maio, em audiência pública realizada na Câmara de Vitória para debater o trânsito na Capital. Durante a sessão, Adriani lembrou que Luisa faria 25 anos em junho, enfatizando que a jovem era cheia de sonhos. "A última frase dela, me ligou e disse: 'quando eu voltar, a gente termina a conversa', e essa conversa não foi terminada, porque houve um assassinato, porque aquilo que aconteceu ali na Dante Michelini não foi um acidente, foi um crime", denunciou.
Leonardo Sá

Em 19 de abril, uma manifestação pediu justiça para Luisa, no mesmo local onde o atropelamento ocorreu, com cerca de 500 pessoas e mais de uma centena de bicicletas. Não fosse ela a vítima, Luisa estaria ali, protestando por justiça, confirmou sem hesitar, sua mãe, durante o protesto.

Foram muitos os grupos e pessoas que se mobilizaram. O ato contou com cortejo de bicicleta desde a Universidade Federal do Estado (Ufes), onde a jovem estudava Oceanografia, até o local do atropelamento. Bateria de carnaval, capoeira, dança, todos projetos dos quais Luisa participava de alguma maneira. Também participaram da manifestação outras famílias que perderam seus filhos para violência do trânsito.
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Muitos levaram nas camisas o rosto de seus entes perdidos, com mensagens de saudades e luta por justiça. Os parentes de Luisa Lopes levaram junto com a sua imagem estampada, um trecho da canção O Leãozinho, de Caetano Veloso, considerada uma marca dela, pois era Leonina, de longos cabelos afro e loiros.

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Comentários: 1

Visitante em Domingo, 18 Setembro 2022 09:16

Atravessar fora da faixa e com o semáforo aberto para os veículos também deveria ser crime!

Atravessar fora da faixa e com o semáforo aberto para os veículos também deveria ser crime!
Visitante
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